quinta-feira, 30 de outubro de 2014

"Mina" Descanse em Paz!

Ontem morreu a "Mina". Partiu finalmente depois de tanto sofrimento. Dizia-lhe, quando tudo começou, há pouco mais de um ano, que quando tudo passa-se que nos iríamos rir de tudo. Quando tudo começou, tenho bem presente, aqui nos meus ouvidos, que ela tinha imensa força, força essa, que fazia até com que ela própria, e mesmo nós, nos admirasse-mos dessa mesma força. Ela suportou tudo que nem uma heroína: a quimio, a radio e, todas as terapias possíveis e imaginárias, a cabeleira, as dores, os tratamentos, os internamentos sucessivos... Até que, há alguns meses atrás, ela me confessou:"... a Vida deu-me já tantas coisas boas..." e isto para mim, que guardei em segredo, foi o principio do fim. Desde aí, não voltei a visitá-la. Preferi já não incomodar, nem a ela nem a família, estava já tudo dito. Pedi, a determinada altura, a minha família que, caso alguma vez, eu me encontre num estado daqueles, por favor, não me prolonguem a vida. Para mim, o sofrimento não compensa, o prolongamento da vida, por mais alguns meses. A vida é para ser vivida não para ser sofrida daquele modo...
Tenho tão BOAS recordações da "Mina"!
"Mina", costumava dizer ela, que foi baptizada depois de "velha", pelos meus filhos que, não sabendo pronunciar o seu nome, lhe chamavam "Mina" e "Mina" ficou, para sempre.
Pois bem "Mina", vou ter saudades!
"Mina", Descanse em Paz!!!
Eterna Saudade!
Saudade lembrada, saudade sentida, saudades  hoje e para o resto da via!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Cinema

Pronto, já todos sabem que ontem foi um dia diferente, especial, rodeado de uma aureola imaculada, qual arco íris!
Terminou o dia no cinema: Os Gatos não Têm Vertigens.
Que dizer?
É BONITO! Tem qualidade! Não é chato! Um pouco lunático e por isso, oferece momentos deliciosos e divertidos. Tem Graça! Tem sentimentos! Fez-me rir e chorar. E tem magníficos actores, tais como: Maria do Céu Guerra, Fernanda Serrano, Nicolau Breyner, Ricardo Carriço e, entre outros, João Jesus no importante papel de Jó que contracena com Rosa a veterana e excelente Maria do Céu Guerra.
Retrata magnificamente e sem lamechas, a nossa Lisboa de hoje, os problemas sociais com que os nossos jovens se defrontam mas também, a generosidade e solidariedade de que somos capazes e que tão bem nos caracteriza. Bem, e depois tem o acompanhamento musical de Ana Moura, "Clandestinos do Amor", está tudo dito!
Vá, vão ver! Vale mesmo a pena!









Clandestinos do Amor 
Vivemos sempre sem pedir licença
cantávamos cantigas proibidas
Vencemos os apelos da descrença
que não deixaram mágoas nem feridas

Clandestinos do Amor, sábios e loucos
vivemos de promessas ao luar
Das noites que souberam sempre a pouco
sem saber o que havia para jantar

Mas enquanto olhares para mim eu sou eterna
estou viva enquanto ouvir a tua voz
Contigo não há frio nem inverno
e a música que ouvimos vem de nós
Vivemos sem saber o que era o perigo
de beijos e de cravos encarnados
Do calor do vinho e dos amigos
daquilo que para os outros é pecado

Tu sabias que eu vinha ter contigo
pegaste-me na mão para dançar
Como se acordasse um sonho antigo
nem a morte nos pode separar

Nós somos um instante no infinito
fragmento à deriva no Universo
O que somos não é para ser dito
o que sente não cabe num só verso

Enquanto olhares para mim eu sou eterna
estou viva enquanto ouvir a tua voz
Contigo não há frio nem inverno
e a música que ouvimos vem de nós

Incertezas

Não sei se vão entender ou compreender. Nem tão pouco sei se consigo explicar ou fazer-me entender. Apenas sei que por maior que seja o esforço, por mais que me multiplique, por mais que, por mais que, ao olhar para trás, apenas consigo vislumbrar olhares de desapontamento e de insatisfação. Como se não fosse minha, aquela, a outra, a vida, roubada, assaltada, usurpada, mas sim as alheias. E isso dói. Torna o esforço impotente. Aumenta o cansaço e o desespero. Que mais fazer? Como fazer? Como conviver ou como esquecer o rebuliço da vida, das vidas, da minha, da dos outros, do meu, do teu, do vosso, do nosso pedaço? Como esquecer a vida usurpada ou a usurpação da vida, as certezas que afinal não passam de incertezas, os gritos que não passam de silêncios, os sorrisos que retraem as lágrimas... 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

35º - Bodas de Coral


Repletos de coisas boas, menos boas, saúde e falta dela, paciências e impaciências, risos e choros... Repletos de Vida e Força de Viver!

Assim falou, um dia, o Amante à sua Amada: "Não queres seguir, comigo, a mesma estrada?" 
E ela disse: E se for uma grande subida para enfrentarmos, os dois, durante toda a vida?" 
"Não temas a subida" - diz-lhe o Amante 
Mas a Amada persiste: "E se houver muito espinho e muita pedra aguda, ao longo do caminho?" 
Ele responde: "Espinho e pedra viram flor, quando existe no peito um grande e imenso Amor." 
"E se a noite chegar, deixando tudo escuro?" - diz ela
"Sossega! A minha vida, unida sempre à tua, será brilho de sol, será clarão de lua!" 
Mas ela insiste: "E o frio? a neve? e a gente a caminhar, sem agasalho?"
"Querida, o nosso Amor" - diz ele - "é chama ardente que sempre nos há-de aquecer!"
"E se chegar um dia a fome, em mau momento?"
"Cavaremos a terra, os dois juntos, para plantar o Amor que é trigo, fruto e pão!"
"E se o Amor acabar?" -pergunta a Amada então aflita
"Querida, o Amor não morre, o Amor é puro e terno, o Amor não acaba..."

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Casa e Obras sinonimo de dor de cabeça

Onde me fui meter...
Não tenho tido disposição nem tempo, para aqui vir desabafar a magoa que tenho, com o chão que me ficou num dinheirão e que, 2 semanas após as obras terem terminado, começou a levantar verdadeiros degraus no meio do corredor, do meu quarto, na sala e no quarto do meu filho. Verdadeiras ondas. Tem dado "água pela barba". Optamos pelo chão mais caro que encontramos. Cerca de 10 vezes mais caro que o preço de qualquer outra loja. Tudo porque nos garantiram que era o melhor chão e que a dita loja, "Tábua Rasa" era a mais conceituada e a mais mais mais tudo...
Tudo tretas!
Passados 3 meses ainda não rectificaram nada!
Continuamos com o chão uma vergonha!

Descansa em PAZ!

Queixar-mo-nos da vida e lamentar-mo-nos como diversas vezes eu faço ou penso, é uma tremenda injustiça que se pratica.
Lamentos, devem apenas acontecer quando se sente na pele a maior das injustiças, que é por exemplo, a perda de um filho.
Perder-se um filho é tão contra natura que não há como explicar a dor que se deve sentir.
A perda de um filho ainda criança que não está doente, é uma maldade monstruosa.
Foi o caso da criança que ontem, fui acompanhar, entre centenas e centenas de pessoas, a sua ultima morada.
Uma tremenda injustiça.
Saiu de manhã bem para as aulas e faleceu na sequência de inalação de gás de um desodorizante...
Nem o INEM o conseguiu reanimar.
Se se pode alguma vez dizer que há funerais bonitos (?) eu diria que o seu funeral o foi.
Contudo, nada suaviza a dor de sua mãe que há 3 anos, passou pela dor de perder o marido, pai do João, igualmente de um momento para o outro, assim sem qualquer explicação. Maldição? Talvez. Destino? Talvez.  A certeza, apenas uma grande maldade!
Espero que o Pedro esteja com ele e que ambos, pai e filho, Pedro e João agora estejam FELIZES!