segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mozart - Concerto Arias

Dia 24/04/2014 - 5ª. Feira - Fim de dia que adorei!
Corrida para o cabeleireiro, após o final de dia de trabalho. Também já merecia e que bem me soube ser mimada dos pés a cabeça!
Corrida para o Teatro Camões para levantar os bilhetes e reparar que o espectáculo começava as 21 horas e já eram 20 horas e ainda tínhamos de jantar.
Descoberta de um óptimo restaurante, mesmo pertinho do teatro e, comer o que fosse rápido de confeccionar: arroz de tomate com carapaus fritos, que estavam deliciosos.
Ufa, chegamos a tempo. 
ADOREI! Aconselho a irem ver. Começou a 24 de Abril e vai até 10 de Maio. Não percam. São 2 horas e meia de espectáculo mesmo espectacular, desculpem a redundância, mas aplica-se perfeitamente. 
A Companhia Nacional de Bailado, dança árias de Mozart, acompanhada pela Orquestra de câmara portuguesa Divino Sospiro, especializada na interpretação de musica barroca, sob a direcção do maestro Massimo Mazzeo. Actuaram também as sopranos Eduarda Melo, Kamelia Kadere e Siphiwe Mckenzei. No piano forte esteve João Paulo Santos.
Depois fomos até ao Terreiro do Paço ver os festejos do 25 de Abril, 40 anos sobre a revolução dos cravos.


Home sweet home

Casa vazia e pronta para dar inicio as obras

Não, não houve guerra :) São já as obras...
 

Haver vamos...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Home sweet home

Uff... Pronto, a primeira fase terminou. Ao fim de quase uma centena de caixotes, de mobílias desmontadas, de sofás enviados para recuperação...
Enfim, uma infinidade de coisas que não mais parecia terminar.
Ao fim de uma quantidade, de tal forma grande que se perdeu a conta, de sacos enormes de coisas imensas que foram para fora de casa. Uns que se deram, outros que, mal se colocaram ao pé dos caixotes do lixo e que ainda nem tinha passado uns 5 ou 10 minutos, já lá não se encontravam...
Tanta coisa que foi fora...
Ontem, já no rescaldo, havia uns "espectadores", uns emplastros...
Diálogo um tanto ou quanto interessante:
Barulho
- Que estás a fazer?
- Estou a partir um móvel
- Da onde?
- Da sala
- Ah, também?
A inveja é um dos sete pecados da religião católica. A inveja é considerada pecado porque uma pessoa invejosa, sente o desejo exagerado, por possuir ou cobiçar tudo que outra pessoa tem ou consegue.
Uma nota importante: Obrigada, aos meus 4 entes queridos que tanto, tanto me ajudaram. São eles, o maridão, a Filhota, o filho e a nora. A todos, o meu Obrigada.
Pssste: Daqui por cerca de 1 mês, mais coisa menos coisa, vou precisar novamente de ajuda... Estou a contar convosco, certo? 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Olhando para lá do que se vê

Claro que estou cansada. Claro que a minha casa ecoa. Claro que la fora está um calorzinho e cá dentro está um frio que mal se aguenta. E tudo porquê? Porque são os finais dos preparativos para as obras. A casa está a ficar deserta. Deserta de móveis, de tapetes, de vozes, de risos, de choros, de acalentos, de cheiro a comida… 
Se estou com medo? Claro, claro que estou com medo que não tenhamos tempo para aproveitar todo este sacrifício físico e monetário. Que isto de remodelações profundas fica bem caro! Mas ao mesmo tempo, eu não sou pessoa de me ficar por estes pensamentos tristes e melancólicos. Como costumo pensar, dá-me forte mas passa depressa… Além de que, não é de todo impossível vivermos mais outros 35 anos após as obras. Caramba, provavelmente também já merecemos. Não sou efectivamente a Madre Teresa de Calcutá, nada disso, mas bolas NUNCA fiz mal a ninguém. 
Se há pessoas que passam nesta vida mais do que eu? Claro, claro que há. E nem queria, nem pretendo estar no lugar de certas pessoas, nem sei onde vão buscar forças para continuar… e estou a lembrar de certas situações tão extremas de dor e padecer que nem é bom pensar. 
Mas mudemos de assunto. Estava há pouco a tomar um café e, olhando pela janela, vi um senhor caminhar quase que obrigando os pés a andar e não era por ser idoso e já lhe ser difícil deslocar-se, nada disso, era um homem ainda bem novo que deveria caminhar com ligeireza. Veio-me a memoria, a azafama que se vivia na rua onde eu morava, quando criança. Quase que consegui ouvir o pregão das varinas, sentir o cheiro que ficava no ar quando diariamente, depois de almoço, as ruas eram lavadas com grandes mangueiras pretas e nas suas pontas agulhetas bem douradas. Ao mesmo tempo que os rádios transmitiam, a essa hora, os “Parodiantes de Lisboa” com o Patilhas & Ventoinha. E todas as casas ouviam o mesmo. Caminhar na rua era presenciar que há época, as pessoas estavam em casa, mulheres, crianças e idosos e todos ouviam rádio que, na minha casa, se ligava logo pela manhã e apenas se encerrava pelas 23H00. A televisão apenas abria a emissão as 17H30 e encerrava as 0H00. Talvez por isso eu ainda hoje escolha mais a companhia do rádio do que da TV. Mas as pessoas caminhavam com ligeireza. Sorriam. Eram pobres, vivia-se numa ditadura, o dinheiro era curto. Não havia carros e as crianças jogavam a bola na rua e, pelos Santos Populares, faziam altares de St. António e pediam aos transeuntes uma moedinha para o Santo António. Como tudo isso está longe. Hoje tudo mudou. Já não há pregões. As crianças não brincam na rua. Pior, nem na rua, nem em lado nenhum. A vida mudou e mudou para melhor, no que respeita a desenvolvimento tecnológico. A medicina está mais avançada. Só que actualmente, actualmente algo falha. E depois, depois... os pés, esses, são arrastados, como se de velhos se tratassem. Antes, antes da revolução, éramos um povo triste mas ainda sorriamos e as crianças brincavam. O nosso Sol de Lisboa, sempre brilhava. O nosso céu de Lisboa, sempre tem um azul diferente e único. Hoje, quase passados 40 anos sobre a revolução dos cravos, estamos mais tristes do que antes e precisamos de arrastar os pés para andar, como se eles nos conduzissem ao calabouço em vez de ao destino pretendido. 
Que se passa connosco? Porque nos confiscaram a Alegria? Será que os nossos governantes, enquanto tomam um café, não olham pela janela e observam os transeuntes? Ou simplesmente, não olham, não sentem, não pensam, para lá do que vêem?




segunda-feira, 7 de abril de 2014

Manuel Forjas

aqui tinha falado sobre Manuel Forjas que faleceu ontem, num dia lindo, como ele deveria gostar. 
Todos sabíamos que este dia haveria de chegar... 
Na 4ª. feira passada, não gostei de o ver no programa semanal que tinha na TVI 24, em directo, com José Alberto Carvalho, seu amigo. Não que ele estivesse mal, nada disso, antes pelo contrario, estava muito bem apresentado, como acima podem verificar. Afirmava que tinha vindo de uma conferencia. Mas algo transparecia nele que me incomodou. Talvez porque há algum tempo atrás, perdi um amigo que padecia da mesma doença, não sei...
Deixou instruções, para quando este momento chegasse, segundo revelaram seus filhos: "Não quero que chorem. Não quero ninguém vestido de preto. Não quero caixão aberto. Quero uma cerimonia simples e alegre..."
Descanse em PAZ! 








Teatro Monologo

Ontem, fui ao teatro ver a peça "Visita", um monólogo de 55 minutos, interpretado por Pedro Giestas.
E gostei!
Apenas e, após conversa com o actor no final da peça, concluo que a interpretei de maneira diferente dos outros. Para mim, trata-se de um acerto de contas com o passado, dizer a cada dos que nos magoaram ao longo da vida, como nos afectaram, como nos fizeram sofrer, como nos moldaram a vida com as escolhas antecipadas, como somos apenas o fruto do que nos rodeia!
Só depois podem partir em paz e deixar para trás o passado. 
Podemos interpretar que todos estão mortos e só ele está vivo... mas para mim, estão todos mortos. 
Só que, sem esta conversa, ninguém partia em paz!
Trata-se de António, um pastor analfabeto, como tantos outros. Analfabeto não significa ignorante!
Analfabeto, porque apenas não aprendeu a ler! 
Tem a sua própria interpretação da vida e relata-a com o seu pouco vocabulário analfabeto, mas com uma grande e letrada visão social. Ele fala da cultura, a qual não teve acesso, dos laços afectivos familiares que não teve, das poucas alegrias que sentiu, do progresso que não sentiu, das mudanças sociais... culpas e por fim desculpas... Depois, enfim, depois todos podem seguir finalmente descansados e em Paz.

Sara Tavares

Versão da música "God Help the Outcasts" 
cantada por Sara Tavares, 
na personagem Esmeralda, 
do filme do Corcunda de Notre Dame, 
em português.