sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

"A Perna Esquerda de Tchaikovski"

Teatro Camões – Expo – Parque das Nações
Ontem fomos assistir a estreia Mundial e cá, em Lisboa.
O espectáculo "A Perna Esquerda de Tchaikovski", com texto e encenação de Tiago Rodrigues, música original de Mário 
Laginha e interpretação de Barbora Hruskova, bailarina da Companhia Nacional de Bailado, estreou ontem mundialmente
em Lisboa.
E nós fomos assistir. Gostamos!
Digamos que conta os “esforços” e as marcas que a carreira e a vida profissional deixam nos corpos das bailarinas e o cansaço estonteante, porque passam, para atingir a perfeição, para deleite de quem assiste as suas danças sem pensar no trabalho que dá atingir aquela quase beleza ancestral, mas também e ao mesmo tempo o prazer enorme que sentem… quase como um masoquismo…
Sinopse: Não é teatro nem é dança - ou é ambos. Este espectáculo é a vida de Barbora Hruskova, bailarina em fim de carreira, por Barbora Hruskova, essa bailarina de 42 anos que o ano passado decidiu abandonar os palcos, que dançou todos os grandes mestres, que foi primeira bailarina na Companhia Nacional Bailado (CNB) de 2003 a 2014. É um espectáculo que desconstrói o corpo, a carreira, as dores de uma bailarina acabada de atracar no terminal que dita o fim. "A Perna Esquerda de Tchaikovski", é talvez a última actuação de Barbora Hruskova, que aqui acumula funções de actriz, interpretando-se a si própria e encerra em si, na sua história, mas também na sua personalidade, no seu corpo, uma espécie de metáfora dessa bailarina universal em fim de carreira. Tem essa história de devoção quase religiosa ou militar a uma arte, e portanto é incrível a sua coragem de ir para o palco mostrar as suas fragilidades, falar das dores e também do tremendo prazer que foi viver na dança", como por exemplo, que aos 42 anos, uma tripla operação ao pé, um espasmo muscular nas costas, uma operação ao joelho, entre outros elementos desta colecção de dores, impeçam a perfeição que se exige a uma bailarina exímia. Contudo, Barbora sempre foi um paradoxo: "O meu corpo não foi feito para dançar, o meu corpo é um anticisne", diz em palco, enquanto conta o esforço desumano que fez para poder dançar "O Lago dos Cisnes", de Tchaikovski e é uma sincera homenagem da CNB ao seu percurso.

"Esta é a minha perna boa. Esta é a minha perna estragada. Este é o meu último espectáculo. Talvez. Digo talvez porque já fiz a minha despedida oficial. Uma bailarina faz a sua despedida oficial num último grande espectáculo. É muito importante. É a última vez que vai dançar. Eu fiz um discurso. Agradeci a todos. Disse adeus. Foi há um ano. E agora estou aqui outra vez. Agora sim, é a última vez. Talvez".
De cima do palco do Teatro Camões, em Lisboa, Barbora Hruskova começa assim por se dirigir ao público, com aquele seu sotaque, e conta a sua história, na primeira pessoa. Desta vez a primeira bailarina da Companhia Nacional de Bailado é apenas uma bailarina a fazer de uma bailarina.
E aquela perna "estragada" é A Perna Esquerda de Tchaikovski.



1 comentário:

  1. é verdade que se poderá dizer das bailarinas que também
    Têm que passar além da dor

    bom fim de semana
    angela

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