terça-feira, 31 de janeiro de 2023

A mudança é boa, mas as saudades....

Hoje fui trocar de carro. 
Eu sei, sei que a mudança é sempre boa, mas e as saudades? Como lidar com elas?
O tempo passa rápido e já tinha aquele carro há quase 13 anos. 
Era um Opel Corsa preto como eu gosto. 
Foi meu companheiro de viagens em momentos bons e menos bons.
No momento da troca, deu-me um aperto no peito e fiquei cheia de saudades...
Recordei os momentos de risos no seu interior, com os meus netos ainda pequeninos...
Recordei as correrias para os vários locais onde deveria chegar a hora que estava a partir...
Recordei a sua condução tão ao meu jeito.


Hoje os carros são mais sofisticados. 
Computadores de bordo, assistência no estacionamento, câmara e visão traseira, acesso e ligação mãos livres (nada de chaves - obsoletas), comutação automática das luzes de estrada (que horror ligar os mínimos, médios e máximos, nada disso, tudo automático)... um mundo!
Perguntei se na realidade ele rodava? Se eu era precisa para o conduzir?
Como os TM que hoje têm tudo e até fazem chamadas telefónicas... 
Vamos ver o que o tempo me reserva. Se me adapto ou não.

Tudo pelos netos

 O Natal/2022 já foi, já passou!

Os meus netos, como tantos outros, tiveram tudo o que pediram e mais outras tantas coisas que não tinham pedido. Fruto dos tempos atuais. Bom sinal, certamente!

A minha neta M. teve um mundo de prendas relacionadas com o Harry Potter. Próprio da idade. Uma pré adolescente. Entre elas houve uma caixa com um kit para confecionar um gorro do tal H.P.

Claro que lhe fiz o tal do gorro. Mas a alegria dela quando o viu foi tão compensatória que tudo valeu a pena.

       




domingo, 1 de janeiro de 2023

"Só Penso Em Ti" - Salvador Seixas

 


Trago uma fotografia nossa na carteira
Para recordar aquela noite
Que tu, morena, os olhos prendeste
De tantos homens que não quiseste
E eu mal vestido, tonto, meio aluado
Reparei em ti nessa noite
Aproximei-me, sorriste e falaste
E confiante, disseste o teu nome
E eu tremia, suava
Não dizia nada, só olhava p'ra ti
Mas depois de três copos
Esperei mais um pouco
Dei-te a mão e tu colaste-tе a mim
Só penso em ti
Já não penso еm mais nada
Quando dançámos até de madrugada
Eu fico louco quando rodas a saia
Que esta dança dure uma noite inteira

E é por ti que quero voltar a casa
Não sou de guerra nem de fugir às balas
E se o amor for uma batalha
Quero lutar a teu lado a vida inteira, uô
Só penso em ti

Dia seguinte fui chamado a prestar serviço
Fui recrutado lá p'ra bem longe
De arma ao peito o coração lá se esconde
Ficaram feridas por sarar até hoje
E eu tremia, suava
Quero voltar p'ra casa, eu só penso em ti
Mas o dever já chamava, vesti a minha farda
E no medo eu cantava p'ra mim
Só penso em ti
Já não penso em mais nada
Quando dançámos até de madrugada
Eu fico louco quando rodas a saia
Que esta dança dure uma noite inteira

E é por ti que quero voltar a casa
Não sou de guerra nem de fugir às balas
E se o amor for uma batalha
Quero lutar a teu lado a vida inteira, uô
Só penso em ti
Já não penso em mais nada
Quando dançámos até de madrugada
Eu fico louco quando rodas a saia
Que esta dança dure uma noite inteira

E é por ti que quero voltar a casa
Não sou de guerra nem de fugir às balas
E se o amor for uma batalha
Quero lutar a teu lado a vida inteira, uô
Só penso em ti

Poema de Fernando Pessoa: ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

 
   

Poema de Fernando Pessoa: ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

António de Oliveira Salazar.
Três nomes em sequência regular…
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.

Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…

Coitadinho
do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.

Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé.
Mas ninguém sabe porquê.

Mas enfim é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé.
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.

Feliz 2023