Tomei conhecimento/ descobri, PILLAR DEL RIO!
Procurei saber mais sobre ela... como é Espanhola, há pouca coisa.
Para mim ... é daquelas pessoas com quem eu me gostaria de parecer e de me relacionar.
Ela representa tudo o que eu não sou mas gostaria de ser ... meiga, calma, destinta, segura, delicada, serena...
QUE SEJA FELIZ!
O grande amor nos tempos de glória de José Saramago foi a jornalista e tradutora espanhola
Pilar del Río, que conheceu em
1986, quando ela se deslocou expressamente a Lisboa para o conhecer.
O interesse de Pilar despertara aquando numa visita a uma livraria em Sevilha, deparou com o livro ‘Memorial do Convento’ numa estante. O título cativou-a. Comprou-o e “devorou-o”.
Após essa primeira abordagem, Pilar, que então
trabalhava para a TVE na Andaluzia, leu tudo o que estava traduzido de Saramago.
Ao terminar ‘
O Ano da Morte de Ricardo Reis', a jornalista, que afirmou ter sentido "uma comoção muito forte", decidiu deslocar-se a Lisboa.
Saramago reconhece o papel então desempenhado por essa obra junto de Pilar ao dizer em
2002, numa entrevista:
"Pelo menos dessa vez toquei no tecto (...) e toquei algo mais (...). Refiro-me a Pilar, claro está..."
O primeiro contacto entre ambos, ocorrido no
Hotel Mundial, onde ela se hospedou, aguardando a visita de um homem que imaginara de baixa estatura.
… Deu origem ao intercâmbio de livros e ideias, domínios em que detectaram a existência de grandes afinidades, designadamente de natureza política.
Saramago também a visitou em Espanha. Em
1987 passaram a viver em conjunto e
no ano seguinte casaram em Portugal, cerimónia que repetiram em Espanha em 2007, na terra natal de Pilar, Castril.
Esta relação atenuou a estrita reserva mantida até então pelo escritor no que respeita à sua intimidade.
A sua filha,
Violante, reconheceu em 1999 que Pilar del Río o tornou
"mais acessível, mais aberto, mais capaz de derramar os sentimentos."
No entanto, o papel que a jornalista espanhola exerceu na vida do escritor ultrapassou em muito esse domínio.
O ano em que Saramago conheceu a jornalista espanhola foi aquele em que
se extinguiu a sua precedente relação amorosa, mantida desde 1966 com a escritora Isabel da Nóbrega. Curiosamente, tinha sido precisamente em 1966 que Saramago retomara a carreira literária, depois de uma paragem de 19 anos. E fê-lo não em prosa, mas com poesia -
‘Os Poemas Possíveis'.
A solidez e durabilidade da ligação então encetada transparece nas dedicatórias "a Isabel" que figuram em obras publicadas nesse período, designadamente os êxitos editoriais
‘Levantado do Chão' e ‘Memorial do Convento'.
Isabel da Nóbrega era "filha das chamadas boas famílias". Provinha, assim, de um meio social estranho à vivência e convicções de Saramago. No passar dos anos a relação degradou-se "com o convívio do dia-a-dia".
As reedições de obras ocorridas depois do termo da longa ligação amorosa deixaram de incluir as dedicatórias a Isabel.
Mais raras ou inexistentes são as menções feitas pelo próprio e por terceiros à ligação de Saramago com
Ilda Reis. Casaram-se em 1944, tinha Saramago 22 anos de idade. Ilda Reis era natural de Lisboa e trabalhava como dactilógrafa da CP, tendo mais tarde tornado-se conhecida como pintora.
Divorciaram-se em 1970. A filha de ambos,
Violante, única descendente de Saramago,
nasceu em 1947 e licenciou-se em Biologia.
A 17 de Outubro de 1998, no jornal «Público», Pilar del Rio descrevia como se tinha apaixonado pelo português: …
“Uma certa tarde de 1986, em que fui com umas amigas a uma livraria, descobri a obra, vi um livro chamado “O Memorial do Convento” e achei curioso o título. Li uma página, li o arranque, comprei, fui para casa e devorei-o”.
Logo a seguir, comprou toda a obra traduzida em espanhol. Conheceram-se ainda em 1986, juntaram-se em 1987 e casaram-se em 1988. Os dois mudar-se-iam para Lanzarote, a última morada do autor.
A
3 de Junho de 2008 celebrou-se aquele que o escritor considerou «terceiro casamento», quando Pilar del Rio passou a ser nome de Rua na Azinhaga, Golegã – Ribatejo (terra Natal de Saramago),
fazendo esquina precisamente com Saramago. A musa do autor tornava-se, também «filha adoptiva» da terra-natal do seu amado.

A esposa de Saramago, Pilar del Rio, leu um trecho
de ‘O evangelho segundo Jesus Cristo’ no velório do
escritor