Não sei se vão entender ou compreender. Nem tão pouco sei se consigo explicar ou fazer-me entender. Apenas sei que por maior que seja o esforço, por mais que me multiplique, por mais que, por mais que, ao olhar para trás, apenas consigo vislumbrar olhares de desapontamento e de insatisfação. Como se não fosse minha, aquela, a outra, a vida, roubada, assaltada, usurpada, mas sim as alheias. E isso dói. Torna o esforço impotente. Aumenta o cansaço e o desespero. Que mais fazer? Como fazer? Como conviver ou como esquecer o rebuliço da vida, das vidas, da minha, da dos outros, do meu, do teu, do vosso, do nosso pedaço? Como esquecer a vida usurpada ou a usurpação da vida, as certezas que afinal não passam de incertezas, os gritos que não passam de silêncios, os sorrisos que retraem as lágrimas...
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