Ontem morreu a "Mina". Partiu finalmente depois de tanto sofrimento. Dizia-lhe, quando tudo começou, há pouco mais de um ano, que quando tudo passa-se que nos iríamos rir de tudo. Quando tudo começou, tenho bem presente, aqui nos meus ouvidos, que ela tinha imensa força, força essa, que fazia até com que ela própria, e mesmo nós, nos admirasse-mos dessa mesma força. Ela suportou tudo que nem uma heroína: a quimio, a radio e, todas as terapias possíveis e imaginárias, a cabeleira, as dores, os tratamentos, os internamentos sucessivos... Até que, há alguns meses atrás, ela me confessou:"... a Vida deu-me já tantas coisas boas..." e isto para mim, que guardei em segredo, foi o principio do fim. Desde aí, não voltei a visitá-la. Preferi já não incomodar, nem a ela nem a família, estava já tudo dito. Pedi, a determinada altura, a minha família que, caso alguma vez, eu me encontre num estado daqueles, por favor, não me prolonguem a vida. Para mim, o sofrimento não compensa, o prolongamento da vida, por mais alguns meses. A vida é para ser vivida não para ser sofrida daquele modo...
Tenho tão BOAS recordações da "Mina"!
"Mina", costumava dizer ela, que foi baptizada depois de "velha", pelos meus filhos que, não sabendo pronunciar o seu nome, lhe chamavam "Mina" e "Mina" ficou, para sempre.
Pois bem "Mina", vou ter saudades!
"Mina", Descanse em Paz!!!
Eterna Saudade!
Saudade lembrada, saudade sentida, saudades hoje e para o resto da via!
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