sábado, 27 de abril de 2024

"Postal do Dia" de Luís Osório


Maria José Ritta 
desapareceu do mundo no dia a seguir ao funeral de Jorge Sampaio


        

Na semana em que se festejam os 50 anos de Abril recordamos o dia em que Maria José Ritta se despediu da vida pública, o dia em que decidiu nunca mais ser vista.

1. Passaram já quase três anos pela morte de Jorge Sampaio.
   É quase bizarra a forma rápida como isto passa – em miúdos não tínhamos esta noção,           mas quando envelhecemos  o relógio anda mais depressa.
   Foi anteontem ou na semana passada que estive no antigo Museu dos Coches para me         despedir de um homem que admirei.
   Um homem que foi corajoso sem nunca ter deixado de ser sensato.
   Foi líder dos estudantes durante a crise académica de 1962, mas com a capacidade de           criar pontes de entendimento com Marcello Caetano, na altura Reitor da Universidade de         Lisboa.
   Como jovem advogado defendeu presos políticos, arriscou o exílio, temeu pela vida, mas         seguiu sempre o que achava ser o correto.

2. Conhecemos o percurso de Jorge Sampaio.
    O seu legado como Presidente da República.
    O consenso sobre a sua seriedade, o seu idealismo informado, o seu respeito pelas                instituições.
    Não seria necessário fazer o enquadramento, mas fica feito.
    Posso então voltar ao Largo do Picadeiro, antigo Museu dos Coches
    Entrei e estava Maria José Ritta com os seus dois filhos, André num lado e Vera no outro.
    Ali receberam todos os que quiseram despedir-se de Jorge Sampaio.
    Todos.
    Figuras do Estado, figuras da história, todos os cidadãos. 
    Sem fazerem a distinção hierárquica, sem negarem um aceno, um aperto de mão e o              agradecimento por terem ido despedir-se do marido e do pai.
    Impecáveis na dignidade.
    Com as pernas a vacilar, com o cansaço no rosto, com a tristeza no corpo, mas até ao fim,      até ao fecho das portas, em pé.
    Sem vacilar, sem um queixume, sem uma má palavra, sem nunca se sentarem.

3. Maria José Ritta nunca mais apareceu depois desse dia.
    Passaram quase três anos. 
    Para ela o tempo congelou ou, de uma outra maneira, congelou a sua relação com o                mundo fora do seu mundo íntimo.
    Maria José Ritta é uma mulher forte com uma personalidade obstinada. 
    E sem paciência alguma para os jogos florentinos da política.
    Sem paciência para gente que se põe em bicos de pés, para gente que diz uma coisa à          frente e outra por trás, sem paciência para os que mudam de opinião ou para as                      conversas de circunstância que agora já não tem de aturar.
    Numa época de tanto ruído não nos esqueçamos que a nossa história contemporânea            pôde contar com Jorge Sampaio e uma família que soube manter a dignidade em todos        os momentos.

    Um abraço, 
Maria José Ritta.

    Um abraço André e Vera.

    Um abraço, caro Presidente Jorge Sampaio.

    Texto e programa de Luís Osório 

   O meu Muito Obrigada ao Luís Osório, por este Postal!
   Aqui e aqui deixo as minhas homenagens prestadas há época, ao Sr. Presidente Jorge         Sampaio.

 

"Postal do dia" de Luís Osório


Celebremos o dia 24 de abril de 1974, o último em que fomos grandes...


Este é um Postal dedicado aos que não gostam da liberdade, um postal no dia em que passam 50 anos pelas derradeiras 24 horas da ditadura.

1. Este Postal é especial.
    Dedico-o aos saudosistas do Estado Novo. 
    Aos que defendem que antes é que era.
    Aos que enchem a boca e as estantes com Salazar.
    Aos que detestam a democracia e ainda mais a liberdade.
    Aos que adorariam que o tempo tivesse ficado suspenso no dia 24 de Abril de 1974.
    Aos maluquinhos que defendem aquilo que vem a seguir.

2. Faz hoje 50 anos que a ditadura viveu o seu último dia.
    Uma tristeza para os portugueses de bem.
    Um país em que os homens eram homens – em que a “bichice” era tratada no manicómio        e com choques elétricos ou à chibatada.
    Um país que se dava ao respeito, com mulheres a parirem o futuro da nação e a tratar da        casa. 
    Com esposas fiéis que tinham o dever de fazer o que nós quiséssemos que fosse feito, 
    que não podiam viajar sem a nossa autorização.
    Um país em que as mulheres tapavam a menstruação com panos e tinham vergonha de          nos expor à sua intimidade.
    Um país forte que lutava pelas colónias contra os pretos e os comunas.
    Um país temente a Deus, com metade das pessoas sem sonhos ou manias de grandeza,        gente que não sabia ler ou escrever, mas que carregava ao lombo a pedra dura por Deus        assim o desejar, se quisesse de outra maneira eles não teriam nascido pobres.
    Um país com gente excecional, de boas famílias que travavam a ascensão da pequena          burguesia ávida e gananciosa.
    Um país em que os pobres nasciam e morriam pobres.
    E em que os ricos nasciam e morriam ricos.
    Um país em que não havia palavras de ordem ou greves. Tudo corria bem, sem crimes,          sem roubos, sem droga, sem ambição.

3. Celebremos o dia 24 de abril de 1974.
    Celebremos esse Portugal que desejamos honrar.
    Que saudades dos pobrezinhos de pé descalço, das vacas e bois a andarem pelas ruas,        dos lenços pretos das viúvas de bigode, do trabalho infantil,  dos miúdos que eram                  educados com sopas de cavalo cansado, educados a não dizer asneiras e a servir nas            tascas e nas fábricas.
    Um país que não tinha lamechices. 
    Em que as hospedeiras e enfermeiras não podiam casar
    em que o país tinha informadores em cada esquina, olhos vigilantes que permitiam que            tivéssemos uma vida protegida.
    Um país em que as meninas não andavam na escola com os rapazes.
    Em que as prostitutas eram necessárias para nos ensinar a fazer o que tínhamos de fazer.
    Um país em que eram proibidos os divórcios.
    Em que ninguém se metia se, em nome da nossa dignidade, precisássemos de dar um            ensaio de porrada à nossa mulher ou aos nossos filhos.
    Um país que não condenava à prisão os maridos que matassem as mulheres que os                “encornavam”.

    Que saudades do dia 24 de abril.
    Em que não havia confusões.
    Opiniões.
    Divergências.

    O veneno da Liberdade.

    Que saudades de poder chamar pretos aos pretos.
    De poder dizer que Angola é nossa.
    De poder ser rico sem pensar em mais nada.
    De poder não ter de olhar para trás com medo que os pobres pudessem, pelo seu mérito,        ascender socialmente.

    Não acreditem nos traidores da Pátria. 
    Nos que nos dizem que a esperança média de vida aumentou 16 anos.
    Que a taxa de mortalidade infantil baixou de 44 bebés mortos em cada mil, para menos de      2 por cada mil.
    Que uma em cada quatro mulheres não sabia ler.
    Que os pobres ou remediados não entravam na universidade.
    Que menos de metade das casas não tinha água canalizada.
    Que 40 por cento não tinham sanitas ou esgotos.
    Que não havia autoestradas.

    Mentira!
    Que saudades desse tempo em que tudo era previsível e éramos grandes.

    Texto e programa de Luís Osório
    
    É tudo verdade o que acima está escrito! E muito mais haveria para dizer!
   Fui criada no coração da cidade de Lisboa e presenciei muito do que aqui está         escrito e bem mais do que aqui não está escrito... 

... 25 DE ABRIL SEMPRE! FASCISMO NUNCA MAIS! VIVA A LIBERDADE! 
... mesmo que se tenham de corrigir excessos...

quarta-feira, 24 de abril de 2024

25 de Abril, SEMPRE!!!!!

 E já faz amanhã 50 Anos! VIVA!!!!!

Tanto já foi dito... e eu que tudo vivi por dentro, deixo apenas imagens, fazendo votos que a Liberdade nunca mais nos falte!!!!!

Vivas ao Capitão Salgueiro Maia!!!!!

Vivas ao Otelo Saraiva de Carvalho!!!!!

E a tantos outros e outros e outros... uns que ainda estão e outros que já não estão entre nós.


     

O Segredo de Espinosa - José Rodrigues dos Santos

      

Inspirando-se na prodigiosa vida do Maior Filósofo Português, José Rodrigues dos Santos, escritor que, aqui neste meu espaço, já não necessita de apresentação, demonstra-nos como Bento de Espinosa pôs fim à Idade das Trevas e inventou o Mundo Moderno.

Se ainda o não leram, aconselho prontamente que o façam.

SINOPSE

Amesterdão, 1640.

Um judeu é excomungado na Sinagoga Portuguesa por questionar as Sagradas Escrituras.

Uma criança assiste a tudo.

O pequeno Bento de Espinosa é considerado o maior prodígio da Comunidade Portuguesa de Amesterdão, mas o episódio planta nele a semente da dúvida: E se a Bíblia estiver mesmo errada? 
A suspeita irá lançar Bento de Espinosa na maior busca intelectual de sempre.
E se a Bíblia estiver mesmo errada? 
Quem realmente escreveu os textos sagrados? 
Qual é a verdade sobre Deus? 
O que é afinal a natureza? 
Mas esta é uma busca proibida e depressa o jovem Judeu Português descobre que terá de pagar um preço terrível pelas suas perguntas. 
Os Rabinos Judeus e os pregadores Cristãos perseguem-no e acusam-no do pior dos crimes: Heresia.
Acusado de Heresia, expulso da Sinagoga Portuguesa em Amesterdão, Bento de Espinosa é perseguido até ao fim dos seus dias

O Segredo de Espinosa é uma aventura extraordinária, onde acompanhamos a vida de Bento de Espinosa, o Maior Filósofo Português, e a sua busca proibida e perigosa por respostas.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Ingratidão


O comportamento mais injusto para com alguém que antes nos tratou bem... sempre será a Ingratidão!
Não há como fugir a realidade, sempre que recebemos algo, devemos demonstrar reconhecimento, devemos ser Gratos!
Ser Grato, significa ser Melhor, é fazer o que está certo!
Devemos ser Gratos pelo que já alcançamos, porque o Tempo passa e passa rápido, já passou e aí... aí esse mesmo tempo, pode nos fazer apreciar o que um dia já tivemos e não agradecemos... que Ingratidão!



 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Para o bebé Henrique

O bebe Henrique ainda não nasceu, falta perto de 1 mês, mas já é um bebe muito amado por todos.

A sua avó paterna, minha amiga Regina, está numa enorme ansiedade, próprio das avós de "Primeira Viagem" 😊

Aqui ficam umas imagens, dumas peças que fiz para o Henrique, porque aqui por Pombal e Coimbra, na certa que ainda haverá frio quando ele nascer.

Peças que levam com elas desejos de que o bebe Henrique seja um bebe Muito Feliz e sempre cheio de Saúde!!

Muitas Felicidades!!

      



  
   

         

                                          
  



 


 



quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Recordar, dizem que também é viver!

Simon & Garfunkel

Simon & Garfunkel foi uma dupla norte americana de musica FOLK composta pelos cantores e compositores Paul Simon e Art Garfunkel. 
A dupla alcançou fama em 1965 como Simon & Garfunkel após o sucesso da canção "The Sound of Silence".
Eles são mais conhecidos pelas suas harmonias vocais, e estão entre os artistas mais populares durante a década de 1960. 
Os seus maiores sucessos são:
"The Sound of Silence" (1964) 
"I Am a Rock" (1965) 
"Homeward Bound" (1965)
"Scarborough Fair/Canticle" (1966)
"A Hazy Shade of Winter" (1966)
"Mrs. Robinson" (1968)
"Bridge over Troubled Water" (1969)
"The Boxer" (1969)
"Cecilia" (1969)
Entre outros.