domingo, 2 de julho de 2023

O ATOR Luís Aleluia... e tantos outros... dão que pensar: neles, nos outros e em nós...


Luísa Jeremias, jornalista da FLASH, publicou a reportagem que transcrevo abaixo, sobre o ator Luís Aleluia. 
Gostei tanto que a transcrevo para este meu espaço, para que quem a leia possa pensar bem o quanto a mente consegue esconder as nossas maiores preocupações e aflições sem nada deixar transparecer...
Que descanse em Paz!

Tonecas: Fazer rir para não chorar
(Luísa Jeremias)

O que se passou com Luís Aleluia, que será sempre recordado por todos como o "malandreco" Menino Tonecas, personagem de 'sitcom' que durou anos e se tornou quase mais popular do que o próprio ator e que haveria de acompanhá-lo vida fora, faz-nos pensar em nós próprios e nos que nos rodeiam.


Luís Aleluia partiu sem avisar, sem pedidos de ajuda, sem rigorosamente nada. 
Partiu em silêncio, consigo próprio, porque assim o quis. 
Mais: partiu cheio de projetos partilhados com os seus companheiros de estrada, aqueles com quem trabalhava na Casa do Artista, a sua companheira Zita, os "seus", de uma forma geral. E mesmo assim partiu.

Obriga-nos a questionar os estados exteriores de alegada alegria, de vida que corre sobre rodas, de sorrisos e encantamento nas redes sociais e que, no fim de contas, se podem traduzir em problemas de saúde mental, em angústias, em sofrimento em silêncio.

Quem decide partir, parte
Não grita por ajuda e isso é que é dramático. 
O trabalho de perceber o que vai "naquela cabeça" começa muito antes. 
Mas como dar conta de uma depressão? 
Como ter a certeza e ajudar a tempo quem se destrói interiormente com pensamentos, sem que tenha um acompanhamento específico para o seu caso.

E depois vem o resto: o que também nos faz pensar em Aleluia, em Pedro Lima, mas também na morte súbita de Maria João Abreu ou de Rogério Samora
As tormentas. 
Será que somos felizes? – de uma forma geral, porque está sempre em estado de felicidade. Será que a vida que levamos é a que desejamos? 
A que tem realmente a ver connosco? 
Será que precisamos de ceder a tantas obrigações sociais, profissionais, familiares até, acreditando que assim é que tem de ser, custando isso, por vezes, tanto? 
Será que não é o momento de pensarmos mais em nós próprios?

Para o Luís Aleluia fica um beijo. Triste, pela perda tão jovem. 
Que se sinta bem no lugar para onde preferiu ir, seja lá onde for esse lugar. 
À família e amigos, os pêsames. 
A todos nós, votos de um bom verão. De parar, pensar e mudar. A tempo e horas.