sexta-feira, 27 de julho de 2012

Ser avó

Um belo dia, sem passarmos pela gestação e pelo parto, completamente livre e, nisto é que está a maravilha, livre de qualquer dor… uma criancinha aparece na nossa vida…
A mãe, só por si, tem todas as vantagens sobre nós, dado que é uma presença constante na vida dessa criança, isto é: dorme com ela, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, acarinha-a, veste-a, embala-a… mas, tem também, a fadiga, a rotina, os diversos afazeres sem fim, a obrigação de educar e mesmo até a necessidade de castigar… afinal é a Mãe!
Já a avó que mora em outra casa e não tem a fadiga da mãe, trará presentes, fará passeios programados, ensinará canções, fará jogos, brincadeiras... não ralhará nunca.
As coisas negativas… até se transformarão em alegrias. Haverá casos de algum bibelô que se parta porque certamente sem querer, a bola bateu nele...
Não terá qualquer importância. Comparado com o olhar arregalado, o beicinho pronto para o choro… depois… o sorriso malandreco e aliviado porque ninguém se zangou.
- Afinal a culpa foi da bola mesmo, não foi avó?          
- Era um simples bibelô que apenas custou caro, não tem importancia. 

Mãe, perdoa-me, afinal o papel de mãe é educar, já o papel de avó… Sabes, neto não é filho, neto é sangue do nosso sangue, é filho do filho ou da filha, neto é mais filho do que filho de verdade… neto a vida nos dá, para nos compensar afinal, de todas as perdas trazidas pela velhice.
Neto é emoção, alegria… neto vai ser filho de meu filho, que para mim ainda é uma criança, grande, mas a meus olhos “uma criança”, afinal os NOSSOS filhos NUNCA vão conseguir crescer…

E eu, avó de primeira viagem... inicio a caminhada por essa nova e longa etapa de minha vida. Novos sentimentos vou descobrir… Ser avó pela primeira vez é um marco definitivo na nossa vida.
O que sei, é que desde o momento que recebi essa noticia, apetece-me participá-la ao Mundo de megafone na mão… que LOUCURA!
Desde que recebi esta notícia, não paro de imaginar como será esse bebé… será meu neto ou neta, um bebé que desejo cobrir de beijos e dar muito amor!  
Saber que serei avó é ter a certeza de que o amor que eu plantei continua dando frutos. Que se reproduz para dar continuidade à vida, evoluindo e acontecendo e, esse milagre é maravilhoso!
Ser avó é simplesmente mágico!
Ser avó é ser mãe duas vezes!
Obrigada!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Bodas de Trigo


Parabéns pelos Vossos 3 anos!
Muitas e Muitas Felicidades!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Porque

Porque

Música: Francisco Fanhais
Letra: Sofia de Melo Breyner

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão 
Porque os outros têm medo mas tu não, tu não!

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não, tu não!

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não, tu não!

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não, tu não!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Parabéns!!

PARABÉNS
· Aos nossos Filhotes ... 

 
      São TUDO para nós na vida
São na vida o nosso dote
A nossa FILHOTA querida
O nosso adorado FILHOTE

Para eles queremos pedir
Sorte , Paz, Saúde e Amor
Nada mais vamos exigir
Faz-nos VIDA esse favor

Criamo-vos com muito AMOR
Cuidados e muito miminho
Mas Felismente continuamos a estar
Junto de vós, bem pertinho,
Para vos continuar a dar
Muito amor, Muito carinho

Agora que não são mais crianças
FELIZES vos queremos ver!
Cheios de sonhos e de esperanças

      Muito Amor, muita Saude
      Façam por Tudo Merecer!
                                 


Filha, 
Votos de Feliz aniversário!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Oxalá

Oxalá é o semideus divino ou Orixá, na mitologia Yoruba, em África. É o guardião da natureza.  
Está associado à criação do mundo e da espécie humana.
Pode-se apresentar de duas maneiras: moço, carregando uma espada e um escudo e velho, carregando um cajado.
É associado fortemente com a cor branca, e controla tudo.
É o Deus Pai Criador de tudo e de todos.
Embora reconhecido e louvado como Único e Soberano, não existe templo individual para Ele.
Sua saudação é ÈPA BÀBÁ!
Simboliza a paz, pois é calmo, sereno, pacificador.
É o criador e, portanto, é respeitado por todos.
A Oxalá, pertencem os olhos que tudo vêem.

As pessoas de Oxalá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança.
Os seus ideais são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projectos.
Gostam de dominar e liderar as pessoas.
São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho.
Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Perdoam facilmente, sabem ver que sentimentos negativos só atrasam.
Sabem conquistar com seu jeitinho elegante e sincero.
São calmos e dóceis, andam com a postura recta, que representa sua natural elegância.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Somos mesmo assim!

Somos um povo extraordinário!
O pior é que é para o Bem e para o mal.
Senão vejamos, como em poucos anos, temos em dois governos diferentes politicamente, 2 ministros com graus académicos dúbios.
E que fazemos nós, o povinho, de imediato?
Claro, ironia. Existe em cada um de nós um Bordalo!
Tenho recebido imensas coisas, mas esta carta aberta... Magnifica!

O Cronista Indelicado
Carta aberta ao reitor da Universidade Lusófona

Exmo. Reitor,
Foi com grande satisfação que soube que a Universidade Lusófona conferiu uma licenciatura em Ciência Política ao Dr. Miguel Relvas em apenas 14 meses, reconhecendo dessa forma a sua elevada estatura intelectual. Sempre sonhei com o alargamento das Novas Oportunidades ao Ensino Superior e fiquei muito feliz por terem dado o devido valor à cadeira de Direito que o senhor ministro fez há 27 anos com nota 10. Depois, naturalmente, o processo foi "encurtado por equivalências reconhecidas" (palavras do Dr. Relvas), após análise do seu magnífico currículo profissional.

É dentro desse mesmo espírito que vinha agora solicitar igual tratamento para a minha pessoa. Embora seja licenciado pela Universidade Nova com uns simpáticos 17 valores, a verdade é que o curso levou-me quatro anos a concluir e o Jornalismo anda pela hora da morte. Nesse sentido, e após análise da oferta disponível no site da universidade, venho por este meio requerer a atribuição do grau de licenciado em: Animação Digital (tenho visto muitos desenhos animados com os meus filhos), Ciência das Religiões (às vezes vou à missa), Ciências Aeronáuticas (já viajei muito de avião), Ciências da Nutrição (como imensa fruta), Direito (fui duas vezes processado), Economia (sustento uma família numerosa), Fotografia (tiro sempre nas férias) e Turismo (visitei 15 países). Já agora, se a Universidade Lusófona vier a ministrar Medicina, não se esqueça de mim. A minha mulher é médica, e tendo em conta que eu durmo com ela há mais de dez anos, estou certo de que em seis meses posso perfeitamente ser doutor.
Respeitosamente,
João Miguel Tavares

sexta-feira, 6 de julho de 2012

João Villaret

Fado falado
Letra e música: Aníbal Nazaré; Nelson de Barros Victor Almeida

Fado Triste 
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar

Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar


Mãos doloridas na guitarra
que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando à traição, ciume e morte
E um coração a bater forte

Uma história bem singela
Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
Em dia de procissão
Da Senhora da Saúde

Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama

Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.

E lá em casa:
Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar

Mas um dia,
Mas um dia santo Deus, ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas
O luar bate na rua
Mas não marca a sombra dele

Procurou como doida
E ao voltar da esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele

E o ciume chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar

Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha
Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua

Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreendem
e entendem sua dor
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar

E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris
Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir

Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar
Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os dois
Lá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado.

Procissão

Letra: António Lopes Ribeiro
Intérprete: João Villaret


        Tocam os sinos da torre da igreja,
        Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
        Na nossa aldeia que Deus a proteja!
        Vai passando a procissão.


Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.


Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

   
        Tocam os sinos na torre da igreja,
        Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
        Na nossa aldeia que Deus a proteja!
        Vai passando a procissão.


Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!


Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!


Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.