quinta-feira, 19 de novembro de 2020

50ª Crónica: "Novo confinamento, recolher obrigatório."

PÓ DE ARROZ E JANELINHA

Crónicas de Alice Vieira e Manuela Niza
durante a quarentena da Pandemia da Covid-19

16-11-2020


E pronto, estava-se mesmo a ver no que isto ia dar: novo confinamento, recolher obrigatório.

E vão por mim que ainda vai ser pior. E a culpa não é do vírus, a culpa é nossa.

As pessoas ouvem, leem, veem televisão, mas encolhem os ombros, aquilo não é com eles, “quero lá saber, eu faço aquilo que acho que devo fazer, estamos numa democracia,” etc., etc., etc.…

E andam nas ruas sem máscaras ou com máscaras por baixo do queixo, o que deve servir para muito, ou penduradas no braço, o que ainda deve servir para mais.

Há dias, aquela senhora que aparece na televisão a explicar tudo, acho que é ministra ou assim, explicou muito bem que os ajuntamentos familiares em casa são dos maiores portadores do vírus.

Pois a minha Perpétua que está sempre atenta a essas coisas e às vezes até toma notas para não se esquecer, ligou à nossa prima Etelvina, a dizer-lhe para ter cuidado. 

A prima Etelvina vive sozinha, mas tem uma data de filhos e noras e genros e, aos sábados, vai tudo almoçar lá a casa. 

Claro que se beijocam e abraçam todos, e mal entram em casa tiram logo as máscaras... é uma alegria.

E em vez de lhe dizer “obrigada pelo teu cuidado”, não, deixou de lhe falar. 

Que sabia muito bem o que estava a fazer, que aquela era a família dela, era o que faltava que não pudessem estar todos juntos uma vez por semana!

É por essas e por outras que já nem me apetece ir à janela.

Este prédio já viu tanta coisa... com janelas abertas ou fechadas… 

Já houve um cinzeiro a voar de uma janela para a rua e nunca se soube porquê ou quem o atirou. 

Já houve polícia sempre a vigiar esta rua no tempo da outra senhora….


(Deixem-me fazer aqui uma pausa, porque esta é uma expressão que sempre me intrigou: que raio quererá mesmo dizer: “no tempo da outra senhora”? 
Neste caso, por exemplo, não havia outra senhora nenhuma, era o Salazar, e a D. Maria, a governanta, acho que não era assim tão importante, embora sempre me lembre de ouvir dizer que era ela que mandava… Enfim, adiante)

Pois no tempo da outra senhora havia sempre polícia a vigiar tudo. Acho que era sobretudo por causa do Sr. Dr., que era jornalista e de vez em quando escrevia umas coisas de que a “outra senhora” não gostava. E lembro-me de há muito tempo ouvir dizer que no prédio ali em baixo, aquele onde mora a Rosa, tinha sido morto um homem. Falou-se que era da polícia, mas nunca mais ninguém disse nada e, se calhar, hoje já ninguém se lembra disso.

Está fresco e chuvisca. Hoje é domingo e apetecia-me ir ali ao café, mas agora ao fim de semana está fechado, porque toda a gente tem de estar enfiada em casa aos fins de semana, a partir da uma da tarde. Vou amanhã, também não é grave.

Enfio-me aqui no sofá, cubro as pernas com uma mantinha de lã que a minha Perpétua acabou de fazer há dias. O confinamento também é bom para isso. Lembro-me que no primeiro confinamento ela fez três mantas, cinco cachecóis, quatro xailes, e seis gorros para os miúdos. Neste ainda só teve tempo de fazer esta manta. Mas vai continuar, com certeza.

E começo a fazer palavras cruzadas.

As coisas que aprendemos a fazer palavras cruzadas… Rio da Suíça? - Aar; fechar as asas para descer mais depressa? - Ciar; medida itinerária chinesa? - Li; terceiro estômago dos ruminantes? - omaso… e por aí fora… Não sei se nos serve para alguma coisa mas ficamos a saber imenso. 

E nos tempos normais em que se podia ir ao café, eu e o meu amigo Crispim, outro maníaco das palavras cruzadas, despedíamo-nos sempre com a expressão:  “muitos ósculos e amplexos”, que era o mesmo que dizer: “muitos beijos e abraços”.

O bom que têm as palavras cruzadas, para lá de nos darem uma enorme sabedoria, é darem-me sono. Ao fim de meia hora, estou a tombar. Como agora. Vou fechar a janela. Vou dormir. Boa noite.


Dras. Alice Vieira e Manuela Niza, Obrigada!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Melim - "Ouvi dizer"


Ah, se eu acordasse todo dia com o seu bom dia
De tanto café na cama, faltariam xícaras
Me atrasaria, só pra ficar de preguiça
Se toda arte se inspirasse em seus traços
Então qualquer esboço viraria um quadro Mona Lisa

Com você, tudo fica tão leve
Que até te levo na garupa da bicicleta
O preto e branco têm cor
A vida tem mais humor
E pouco a pouco, o vazio se completa

O errado se acerta, o quebrado conserta
E assim, tudo muda mesmo sem mudar
A paz se multiplicou
Que bom que você chegou
Pra somar

Ouvi dizer 
que existe paraíso na Terra
E coisas que eu nunca entendi
Coisas que eu nunca entendi
Só ouvi dizer 
que quando arrepia, já era
Coisas que eu só entendi
Quando eu te conheci


Com você, tudo fica tão leve
Que até te levo na garupa da bicicleta
O preto e branco têm cor
A vida tem mais humor
E pouco a pouco, o vazio se completa

O errado se acerta, o quebrado conserta
E assim, tudo muda, mesmo sem mudar
A paz se multiplicou
Que bom que você chegou
Pra somar

Ouvi dizer
Que existe paraíso na Terra
E coisas que eu nunca entendi
Coisas que eu nunca entendi
Só ouvi dizer
Que quando arrepia, já era
Coisas que eu só entendi
Quando eu te conheci


Ouvi dizer
Ouvi dizer
E coisas que eu nunca entendi
Coisas que eu nunca entendi
Só ouvi dizer
Que quando arrepia, já era
Coisas que eu só entendi
Quando eu te conheci

Ana Vitoria - "TREVO"


Tu, é trevo de quatro folhas

É manhã de domingo à toa
Conversa rara e boa
Pedaço de sonho que faz meu querer acordar pra vida
Ai, ai, ai

Tu, que tem esse abraço casa
Se desse de bater asa
Me leva contigo pra passear
Eu juro, afeto e paz não vão te faltar
Ai, ai, ai

Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar
E o tempo para
Ah, é a sorte de levar a hora pra passear
Pra cá e pra lá
Pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá

Tu, é trevo de quatro folhas, é
Manhã de domingo à toa
Conversa rara e boa
Pedaço de sonho
Que faz meu querer acordar pra vida
Ai, ai, ai

Tu, que tem esse abraço casa
Se desse de bater asa
Me leva contigo pra passear
Eu juro, afeto e paz não vão te faltar
Ai, ai, ai

Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar
E o tempo para
Ah, é a sorte de levar a hora pra passear
Pra cá e pra lá
Pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá

Tu, tu,uuuuuu
Tu, tu,uuuuuu

Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar
E o tempo para
Ah, é a sorte de levar a hora pra passear
Pra cá e pra lá
Pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá

É trevo de quatro folhas
É trevo de quatro folhas, é
É trevo de quatro folhas
É trevo de quatro folhas, é

John Lennon

John Lennon - "Imagine" - canção anarquista

John Lennon - "Stand by me"

 John Lennon

John Lennon (1940-1980) foi um músico inglês, líder e guitarrista da maior banda de rock de todos os tempos, os  "The Beatles"

A sua canção "Imagine" tornou-se numa espécie de hino à Paz Mundial.

John Lennon nasceu em Liverpool - Inglaterra, a 9 de outubro de 1940. 

Na adolescência, começou a formar a sua banda que viria a ser um sucesso a nível Mundial, em que aos poucos, foi convidando: Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star, criando assim a formação definitiva dos Beatles.


Várias músicas de sucesso dos Beatles, são de autoria de Paul McCartney e John Lennon, entre elas: "Love Me Do", "Let it Be", "Yellow Submarine", etc...

O envolvimento de John Lennon com as drogas, originou desentendimentos entre os elementos da banda, entre outros motivos, o que acabou por provocar a separação do grupo.

John Lennon conhece a artista plástica japonesa Yoko Ono, divorcia-se e acaba por se casar com ela.


No dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon foi assassinado com quatro tiros nas costas.

Seus restos mortais foram cremados e Yoko Ono espalhou suas cinzas no Central Park. 

domingo, 15 de novembro de 2020

Marco Paulo


Marco Paulo é o nome artístico de João Simão da Silva que nasceu em Mourão - Alentejo, a 21 de Janeiro de 1945, e é um dos mais populares cantores portugueses.

Sendo que recebeu até hoje, 140 galardões de platina, ouro e prata e mesmo um galardão de diamante, por vender mais de um milhão de cópias, um recorde em Portugal.


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"E agora" - Syro


Lembro-me De quem fui, Quando ainda não havia Razão em mim, Entregue a ti,
Mãe. Vejo-te Em quem sou, Quando me olho ao espelho Não, não vou mentir. És parte de mim,
Pai. Mas se olharem p’ra trás vão ver Que nem sempre foi bom crescer Faltaram as forças p’ra dizer Só vos queria ter ao meu lado Deviam ter lá estado E agora Sabendo do frio lá fora A chuva já não me molha E a dor que rói e devora
Foi embora. Lembro, E agradeço o amor que me deram Será que foi sempre sincero? E se um dia voltarmos ao zero, Aqui vos espero. Deito-me Partido em dois Por guerras que não são nossas E lembro de ti Pequena assim,
Minha irmã. Jurei que sim Que estou aqui E se hoje eu sou forte Eu fi-lo por ti Guardo-te em mim Eu fiquei. E se olharem p’ra trás vão ver Que nem sempre foi bom crescer Faltaram as forças p’ra dizer Só vos queria ter ao meu lado Deviam ter lá estado. E agora Sabendo do frio lá fora A chuva já não me molha E a dor que rói e devora
Foi embora. Lembro E agradeço o amor que me deram Será que foi sempre sincero? E se um dia voltarmos ao zero, Aqui vos espero. Sou sincero e só quero Remendar o passado
E eu espero, desespero Um dia ao vosso lado. E agora Sabendo do frio lá fora A chuva já não me molha E a dor que rói e devora
Foi embora. E agora Sabendo do frio lá fora A chuva já não me molha E a dor que rói e devora
Foi embora. Lembro E agradeço o amor que me deram Será que foi sempre sincero? E se um dia voltarmos ao zero, Aqui vos espero. Sou sincero e só quero Remendar o passado.
E eu espero, desespero Um dia ao vosso lado.

domingo, 1 de novembro de 2020

Syro

 "Deixa passar"



Eu não vi quem foste para mim E fico aqui Sem ti sou menos e percebi O que perdi E sempre que a vida me chama Diz que nem tudo é fama E só agora é que vi E agora é tudo tão claro Vejo-te em todo lado Pago por tudo o que fiz Só quero que saibas Que o mundo não para Deixa passar Quando a luz se apaga Tu não digas nada Deixa passar E é a ferida que não sara (sara) E quando a vida te encara (cara) Só quero que saibas Que o mundo não para Deixa passar, deixa passar Sei que hoje podia ser Quem te faz crer Em mim há tanto a resolver Consigo ver E sempre que a vida me chama Diz que nem tudo é fama E só agora é que vi E agora é tudo tão claro Vejo-te em todo lado Pago por tudo o que fiz Só quero que saibas Que o mundo não para Deixa passar Quando a luz se apaga Tu não digas nada Deixa passar E é a ferida que não sara (sara) E quando a vida te encara (cara) Só quero que saibas Que o mundo não para Deixa passar, deixa passar Só quero que saibas Que o mundo não para Deixa passar, deixa passar Só quero que saibas Que o mundo não para Deixa passar Quando a luz se apaga Tu não digas nada Deixa passar E é a ferida que não sara (sara) E quando a vida te encara (cara) Só quero que saibas Que o mundo não para Deixa passar, deixa passar.