sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pilar del Rio

Tomei conhecimento/ descobri, PILLAR DEL RIO!

Procurei saber mais sobre ela... como é Espanhola, há pouca coisa.

Para mim ... é daquelas pessoas com quem eu me gostaria de parecer e de me relacionar.
Ela representa tudo o que eu não sou mas gostaria de ser ... meiga, calma, destinta, segura, delicada, serena...

QUE SEJA FELIZ!

O grande amor nos tempos de glória de José Saramago foi a jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río, que conheceu em 1986, quando ela se deslocou expressamente a Lisboa para o conhecer.
O interesse de Pilar despertara aquando numa visita a uma livraria em Sevilha, deparou com o livro ‘Memorial do Convento’ numa estante. O título cativou-a. Comprou-o e “devorou-o”.
Após essa primeira abordagem, Pilar, que então trabalhava para a TVE na Andaluzia, leu tudo o que estava traduzido de Saramago.
Ao terminar ‘O Ano da Morte de Ricardo Reis', a jornalista, que afirmou ter sentido "uma comoção muito forte", decidiu deslocar-se a Lisboa.

Saramago reconhece o papel então desempenhado por essa obra junto de Pilar ao dizer em 2002, numa entrevista: "Pelo menos dessa vez toquei no tecto (...) e toquei algo mais (...). Refiro-me a Pilar, claro está..."
O primeiro contacto entre ambos, ocorrido no Hotel Mundial, onde ela se hospedou, aguardando a visita de um homem que imaginara de baixa estatura.
… Deu origem ao intercâmbio de livros e ideias, domínios em que detectaram a existência de grandes afinidades, designadamente de natureza política.

Saramago também a visitou em Espanha. Em 1987 passaram a viver em conjunto e no ano seguinte casaram em Portugal, cerimónia que repetiram em Espanha em 2007, na terra natal de Pilar, Castril.

Esta relação atenuou a estrita reserva mantida até então pelo escritor no que respeita à sua intimidade.

A sua filha, Violante, reconheceu em 1999 que Pilar del Río o tornou "mais acessível, mais aberto, mais capaz de derramar os sentimentos."

No entanto, o papel que a jornalista espanhola exerceu na vida do escritor ultrapassou em muito esse domínio.

O ano em que Saramago conheceu a jornalista espanhola foi aquele em que se extinguiu a sua precedente relação amorosa, mantida desde 1966 com a escritora Isabel da Nóbrega. Curiosamente, tinha sido precisamente em 1966 que Saramago retomara a carreira literária, depois de uma paragem de 19 anos. E fê-lo não em prosa, mas com poesia - ‘Os Poemas Possíveis'.

A solidez e durabilidade da ligação então encetada transparece nas dedicatórias "a Isabel" que figuram em obras publicadas nesse período, designadamente os êxitos editoriais ‘Levantado do Chão' e ‘Memorial do Convento'.
Isabel da Nóbrega era "filha das chamadas boas famílias". Provinha, assim, de um meio social estranho à vivência e convicções de Saramago. No passar dos anos a relação degradou-se "com o convívio do dia-a-dia".
As reedições de obras ocorridas depois do termo da longa ligação amorosa deixaram de incluir as dedicatórias a Isabel.

Mais raras ou inexistentes são as menções feitas pelo próprio e por terceiros à ligação de Saramago com Ilda Reis. Casaram-se em 1944, tinha Saramago 22 anos de idade. Ilda Reis era natural de Lisboa e trabalhava como dactilógrafa da CP, tendo mais tarde tornado-se conhecida como pintora. Divorciaram-se em 1970. A filha de ambos, Violante, única descendente de Saramago, nasceu em 1947 e licenciou-se em Biologia.

A 17 de Outubro de 1998, no jornal «Público», Pilar del Rio descrevia como se tinha apaixonado pelo português: … “Uma certa tarde de 1986, em que fui com umas amigas a uma livraria, descobri a obra, vi um livro chamado “O Memorial do Convento” e achei curioso o título. Li uma página, li o arranque, comprei, fui para casa e devorei-o”.
Logo a seguir, comprou toda a obra traduzida em espanhol. Conheceram-se ainda em 1986, juntaram-se em 1987 e casaram-se em 1988.
Os dois mudar-se-iam para Lanzarote, a última morada do autor.
A 3 de Junho de 2008 celebrou-se aquele que o escritor considerou «terceiro casamento», quando Pilar del Rio passou a ser nome de Rua na Azinhaga, Golegã – Ribatejo (terra Natal de Saramago), fazendo esquina precisamente com Saramago. A musa do autor tornava-se, também «filha adoptiva» da terra-natal do seu amado.



A esposa de Saramago, Pilar del Rio, leu um trecho
de ‘O evangelho segundo Jesus Cristo’ no velório do
escritor

2 comentários:

  1. Interessante.
    Agora numa coisa estás errada: "Ela representa tudo o que eu não sou mas gostaria de ser ... meiga, calma, destinta, segura, delicada, serena..."
    És tão ou muito mais que ela.
    Força vá.
    Beijos grandes

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  2. ...E outra coisa: tu achas que as pessoas que tu admiras, entre as quais as de que falas aqui, são pessoas como as do teu trabalho? São seres resignados e que entraram no sistemazinho a fazer o mínimo possível, a ser acéfalos e a preocupar-se com tricas e gracinhas de falos como essa gentita? São dessas pessoas com quem não podes ter uma conversa de jeito?
    Não são. Aliás essas nem sequer sabem quem são aquelas que tu admiras!
    As pessoas que tu admiras são pessoas ímpares, são pessoas diferentes como tu te sentes, mas são pessoas que tiveram a coragem de lutar para encontrar o seu espaço e o seu modo de estar, o modo de ficarem na delas sem querer saber dessa gentita! Encontrar aquilo que as faz sentirem-se bem consigo mesmas e - como nós aprendemos no yoga - não terem necessidade de mudar os outros ou o mundo, porque isso não conseguiriam nunca mudar, mas sim conseguirem mudar-se a si próprias para serem mais felizes. É o estado em que se está quando se está a encontrar o próprio mundo e as coisas que se valoriza mesmo - fica-se "meiga, calma, destinta, segura, delicada, serena..." ...
    Tens é de parar de perder tanto tempo com mundos que não são os teus - trabalho e outros... -, deixar de perder tanto tempo a pensar nesses mundos e a alimentar o que te irrita neles, aprenderes a por isso de lado! Dedicares-te a coisas que valorizas realmente, teres a coragem de procurá-las e encontrá-las. Recorrendo ao que for preciso para isso! Como a minha psicóloga diz "você tem é de parar de comprar livros para ler sobre o que devia ser ou fazer e passar mesmo a fazê-lo, a fazer o que a faz feliz!". E está tudo dito.
    Caso contrário ficas com estas ideias completamente distorcidas, irreais e erradas de que há outros ou outras melhores do que tu. Só tens estas ideias porque estás demasiado dedicada a mundos errados! Não há melhores que tu, só há outras pessoas ímpares que encontraram mais facilidades de orientação para o sentido da felicidade. Mas não penses que mesmo essas não tiveram dificuldades, nem tiveram de lutar e fazer por si mesmas e não se sentiram sozinhas, porque não tenho dúvidas que também sofreram de certeza para encontrarem um caminho (A Pilar por exemplo chegou a ser freira, por Deus!!).

    A filha :-)

    PS - Conheço tanta gente que contradiria imediatamente estas ideias erradas como te descreves... Mas enfim... quem não quer ver... O comodismo torna mais fácil suspirar e achar que se é infortunado... E não te tenho MESMO na conta de comodista.
    Beijos grandes

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