terça-feira, 29 de setembro de 2015

É duro e talvez injusto...

Depois "do encontro" tudo se tem precipitado. É como se estivesse à espera desse "encontro" para dar inicio ao principio do fim...
É simplesmente assustador.
Têm sido internamentos, noites mal dormidas, ensinar a caminhar, apenas uns simples passinhos... coisa complicada... 
Dar de comer, de beber, consertar a roupa da cama, a almofada, mudar o pijama... e sempre tão lúcido comigo... 
Acompanhar ao hospital e ser ainda de noite... chorar e sentir uma confusão de sentimentos...
Deixá-lo no hospital a gritar por mim e pelo meu marido... no mínimo, é simplesmente assustador...
Farei tudo o que estiver ao meu alcance e até mesmo o que o não estiver... não quero problemas de consciência... se merece? acho que não... mas mereço eu, viver tranquila comigo própria.
Se é cansativo? MUITO MESMO!
O acompanhamento de pessoas gravemente doentes, durante os últimos momentos da sua vida, é difícil de suportar, para todos os envolvidos, mas, sobretudo, para os familiares directos.
Quer evitar-se a morte, quer fazer-se algo de bom à pessoa querida...
Contudo, o caminho para a morte é muito diferente de pessoa para pessoa...
Alguns doentes em fim de vida, fazem uma retrospectiva da sua vida. 
Assistir primeiro, ao reconhecer de todos e a falar de todo um passado menos correcto, para passar a já não falar de nada, mas apenas me conhecer e chamar por mim, agarrado as minhas mãos com uma força incrível... Dói!


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