quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Quando se invertem os papeis

Meu pai tem muita idade. 
Tem sido um homem que gosta muito dele próprio e que tem gosado bem a vida.
Tem viajado imenso.
Tem tido inúmeras mulheres, isso mesmo mulheres, não senhoras.
Mas teve três mulheres importantes na sua longa vida, por ordem: a minha mãe, de quem tem dois filhos, e que foi a única de quem teve filhos; a minha madrasta que tinha mais 11 anos do que ele e que mal ou bem, entre lágrimas e sorrisos, pancada e afectos... criou-lhe os filhos e ... Amava-o mesmo de Paixão...; actualmente e já há alguns anos atrás,  mais propriamente há 14 anos, casou na igreja com uma senhora mais nova do que ele 13 anos, e que tem por ele um Grande grande Amor, que o trata com todo o cuidado do mundo, que vela por ele como só ela e que, se ele ainda cá se encontra, não é só devido aos medicamentos e cuidados médicos, é principalmente devido aos seus cuidados e à sua persistência... Bem haja! 
Como é minha obrigação de filha,  tenho acompanhado de perto, todo este processo de falta de saúde do meu pai: pneumonias, coração fraquinho, início de demência,  dificuldade em se locomover, idas sucessivas a urgências hospitalares, internamentos, visitas hospitalares, sopinhas caseiras, fisioterapia, vestir, despir, levantar, deitar, caminhar, amparar,  colocar e mudar fralda e, e... papeis invertidos...
Acreditem... que confusão de sentimentos... meu pai não tem vergonha para comigo...  Mas tenho eu para com ele... 
O meu pai actual já não é o meu pai... 
O meu pai, não sei se por signo, por feitio ou inteligência, mas... 
Aproveitou Bem a Vida!
Ainda bem!


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