sábado, 9 de junho de 2018

Rosa da Madragoa - Raquel Tavares

Rosa da Madragoa
Raquel Tavares

No Bairro da Madragoa
à janela de Lisboa,
nasceu a Rosa Maria
Filha de gente vareira
foi criada na ribeira
entre peixe e maresia

Flor, mulher aquela rosa,
era a moça mais airosa
que a malta já conheceu
e toda a malta do mar
suspira ao vê-la passar de chinela e perna ao léu

Lá vai a Rosa Maria
que a alegria desta ribeira
ouvia e ria à gargalhada qualquer piada por mais brejeira.
Vai bugiar meu menino!
Não deites barro à parede
que esta rosa é peixe fino para as malhas da tua rede.


O jovem Chico Fateixa
já jurou que não a deixa,
pois a paixão é teimosa
e é de tal modo cegueira
que deu a sua traineira
o nome daquela rosa.

E a Rosa da Madragoa
ao ver escrito na proa
seu nome Rosa Maria
ergueu os braços ao Chico.
Começou o namorico
e vão casar qualquer dia.

Lá vai a Rosa Maria
que a alegria desta ribeira
ouvia e ria à gargalhada qualquer piada por mais brejeira.
Vai bugiar meu menino!
Não deites barro à parede
que esta rosa é peixe fino para as malhas da tua rede.

Vai bugiar meu menino!
Não deites barro à parede
que esta rosa é peixe fino para as malhas da tua rede.

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