Alheamento ... (outra revolução é?)

Já ultrapassei, há tempos, a fronteira do meio século, mas sempre me preocupou, a falta de tempo, para nos actualizarmos sistematicamente.
Parece um pouco confusa a frase acima, talvez tão confusa como me pareceu sempre a vida...
De facto sempre me impressionou e continua a impressionar, a leveza e certeza que certas pessoas têm, de falar sobre tantos e tão variados assuntos e com tanta nitidez de raciocínio que ao ouvi-los falar ou ao ler o que escrevem, fico sempre com a sensação que ao longo dos anos me tenho ocupado, em demasia, com temas, assuntos e coisas banais e com tão pouca importância que, confesso, me incomoda este meu desperdiçar de tempo que me provoca um alheamento e até desconhecimento fatal...
Sempre adorei ler ou ouvir falar algumas pessoas que, basta estarmos atentos, para aprendermos com elas!
De certa forma, foi assim que tenho levado em frente a vida, que construi a família e eduquei os filhos...
Nunca apliquei, ao longo da vida, nada do que sempre me rodeou, seria muito mau...
Mas tenho de confessar, como é fácil escorregar o pé para o "popolucho", para o "chinelo no pé"...
Como é tão mais fácil vestir mal, não pentear, não ler, não instruir, não educar...
Toda a sociedade está construída para nos provocar alheamento, veja-se o caso da televisão, esse fenómeno que é visto e ouvido por todos, que poderia INSTRUIR, mas que em sua vez, dedica a maior parte do tempo a nos injectar LIXO... e o tempo vai passando... e quando damos conta... já fomos vencidos pelo cansaço...
Como? Como é que conseguem? Como sabem sempre tudo? Como sabem sempre o que dizer, o que fazer, como se comportarem? Como conseguem um auto controlo?
Como conseguem estar sempre ao corrente de tudo o que se faz de BOM e de IMPORTANTE? Como?
Vem tudo isto a propósito, por ter tomado conhecimento de alguns blogues que consultei e me encantaram e onde li que, na semana passada, ouve um julgamento de dois ex-directores do Teatro Nacional D. Maria II e, da autora da adaptação para teatro, do livro A filha rebelde.
Foram acusados, pelos sobrinhos de Silva Pais, dos crimes de difamação e ofensa à memória de pessoa falecida. Foram acusados de denegrirem a imagem do último director da PIDE, SILVA PAIS, com a adaptação para teatro do livro A Filha Rebelde...
Já não há liberdade de expressão?
É premente... outra Revolução é?