quarta-feira, 10 de abril de 2013

Carta a um politico que o não soube ser

Sabes, tenho para mim que os políticos, em geral, não são hoje, mais desonestos do que o eram no passado. Nem os políticos, nem os cidadãos.
Parece-me até que há menos corrupção do que antes.
Acontece, que a população, duma maneira geral, está mais atenta, possui mais instrução e dispõe de mais e melhores meios ao seu alcance, para conseguir detectar com maiores facilidade e rapidez e tornar mais visível, a corrupção.
O que me parece que acontece actualmente, é que os políticos de hoje, são menos capazes, têm menos capacidade de liderança, são menos populares, têm menos qualidade política e não possuem nem brio nem carisma.
Atravessamos uma época em que todos nos sentimos vulneráveis, dado que nada é substancialmente forte e estável, nem os empregos, nem os amigos e vizinhos, nem o comércio, nem os governos, por vezes até, nem as famílias, não temos porto seguro, e tudo isto nos torna impreterivelmente fracos. Logo, quem tem de dirigir e quem ocupa cargos políticos que, só por si só, já são temporários, não pode de modo algum ser ou sentir-se forte e firme perante as adversidades e as tentações. Não hesita perante a hipótese de se corromper.
Com a tua actuação, criastes um problema ao teu executivo e ao secretariado e quase me apetece dizer que o criastes igualmente à democracia portuguesa.
O teu tempo deveria ter há muito acabado. Como não aconteceu, vives agora uns maus momentos na tua vida política e, arrastas o executivo e o secretariado na tua agonia.
Sabes, talvez existam pessoas que sonham com o tempo perfeito, em que todos os que ocupam lugares de destaque, em diversas áreas políticas, que foram eleitos em sufrágio universal, eleitos pelo povo que confiou neles e lhes deu a hipótese de governar o dinheiro dos seus impostos e, essas pessoas, sonham que esses eleitos, são e serão pessoas serias, idóneas, impolutas, não corruptas, puras e que defendem heroicamente toda a comunidade que servem ou deveriam servir. Mas isso, isso NÃO EXISTE, AINDA NÃO EXISTE…
Todos nós, os cidadãos em geral, temos uma quota culpa, pois criticamos mas não arregaçamos as mangas e tomamos os nossos destinos no pulso, não, não, estamos todos muito ocupados com o nosso próprio umbigo… criticamos, criticamos, mas, na hora H, deixamos que outros nos conduzam e governem e façam as nossas escolhas por nós. Depois? Bem, depois cá estaremos para criticar e atirar as pedras, tantas quanto as que forem necessárias.
Termino, lembrando que todos estamos mais pobres, mais indignados com a política, estamos economicamente mal, temos mau carácter e uma grande decadência de espírito, actual não é? Mas então, não aprendemos nada! Pois essas já eram queixas de Eça de Queirós nos idos anos de 1870 e tais, que ele publicava com o título AS FARPAS, livro que aconselho a ler, bem como toda a sua obra.
O tempo passa, os políticos e a politica mudam, as pessoas são outras, mas os vícios são os mesmos. Certo que todos temos direito a uma segunda hipótese, mas quantas já te foram dadas?
Lamento dizer, mas, concentras tudo aquilo que não gosto na política!

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