quinta-feira, 25 de abril de 2013

Faz-de-conta


João e Maria

Chico Buarque

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três

Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque (arco)
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel (escrivão) e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

25 Abril 2013

Este ano tudo será diferente!
Estamos todos a caminhar mal...

Mas, para lá de tudo, na minha familia, há um motivo de força maior para que estejamos todos juntos e felizes... a minha neta.

Por ela, estaremos todos juntos em minha casa. 
E como não poderia deixar de ser, estará também a minha comadre, madrinha da minha filha e amiga de looonga, loooonga data...

VIVA O 25 ABRIL SEMPRE!!!!
VIVA! VIVA!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Shakespeare, Sempre

Shakespeare

Tired with all these, for restful death I cry,
As, to behold desert a beggar born,
And needy nothing trimm'd in jollity,
And purest faith unhappily forsworn,
And guilded honour shamefully misplaced,
And maiden virtue rudely strumpeted,
And right perfection wrongfully disgraced,
And strength by limping sway disabled,
And art made tongue-tied by authority,
And folly doctor-like controlling skill,
And simple truth miscall'd simplicity,
And captive good attending captain ill:
Tired with all these, from these would I be gone,
Save that, to die, I leave my love alone.

ACTUAL CERTO?!
Sejam FELIZES!!
À morte peço a paz farto de tudo, de ver talento a mendigar o pão, e o oco abonitado e farfalhudo,
e a pura fé rasgada na traição,
e galas de ouro em despejados bustos,
e a virgindade à bruta rebentada,
e em justa perfeição tratos injustos,
e o valor da inépcia valer nada,
e autoridade na arte pôr mordaça,
e pedantes a engenho dando lei,
e a verdade por lorpa como passa,
e no cativo bem o mal ser rei.
Farto disto, não deixo o meu caminho,
pois se eu morrer, é o meu amor sozinho.

Cobaia

É como me sinto!!!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

São erva ruim, ja se vê

aqui escrevi sobre o que me condiciona no campo da saúde. E, como não podia deixar de ser, tinha de ser algo raro, que isso de ter doenças que todos têm não é para mim...
E como erva ruim não morre ou vaso ruim não quebra, antes pelo contrario, aqui estão eles, os pólipos, aos saltos e cheios de vivacidade e aos encontrões, pisando-se uns aos outros para cada um crescer e multiplicar-se mais rápido do que o outro...
....da-se que são ruins!
Não sabemos que mais fazer. E enquanto isso, lá vou levando umas injecções...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Pelos olhos dos outros

https://www.youtube.com/watch?v=Il0nz0LHbcM

Vejam o filme até ao fim. Acreditem que vale a pena.
E,...
Claro, claro que somos muito exigentes com nós próprios.
Então quem faz autocrítica, ui, nem é bom pensar...

E quando temos filhos que nos mimam... claro que nem devemos deixar que nos descrevam :)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sem comentarios

Está tudo dito... há que mudar as mentalidades...

"... Cavaco Silva é insuportável. Quando foi primeiro ministro disse: Pescas não é preciso, agricultura também não e industria também não. Agora como Presidente da Republica diz: Voltem para o campo, vamos ás pescas, etc. Não é bondoso, falta-lhe categoria, falta-lhe dimensão. Nele concentro tudo aquilo que não gosto na politica portuguesa" - Carlos do Carmo em entrevista de Alexandra Simões de Abreu da revista do Expresso de 29-03-2013 




Em 1997, Catarina Vaz Pinto, então secretária de Estado da Cultura do Governo de António Guterres (com quem viria a casar em 2001, após este enviuvar), levava todos os dias o seu bebe recém nascido, tinha apenas 1 mês de vida, para uma sala ao lado do seu gabinete, para assim o poder amamentar e conciliar com a sua actividade governamental. Com esta atitude e discretamente fez historia, ao acumular a maternidade com um cargo governativo.



Actualmente, em 2013, temos a ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, de seu nome, Assunção Cristas, grávida. Será a primeira ministra portuguesa grávida durante um mandato. E, pasmem-se, a terceira da União Europeia, depois de Espanha e França.
É Muito Importante esta ousadia da maternidade em plena actividade de funções governamentais.
Há que mudar as mentalidades e todos saímos a ganhar. 
     

sexta-feira, 12 de abril de 2013

2 Meses

A nossa bebé faz hoje 2 meses. Agora, a nossa bebé é, cada vez mais, uma companhia muito agradável. Está cada vez mais atenta a novos e diferentes sons. Olha em redor à procura de novos pontos de interesse. Anda a descoberta. Centra-se com facilidade e intensamente, embora por pouco tempo, em algo que lhe capte a sua atenção, como cores, movimentos, luz, sombras… Já palra ou balbucia sons, para demonstrar a sua forma de expressar prazer e felicidade, para além de servirem para exercitar as suas cordas vocais. Agora, já se pode "conversar" com a nossa bebe. Mas o que ela continua a fazer mesmo bem, é sorrir. É nossa mesmo, porque todos gostamos muito de sorrir. Obrigada a ti e aos teus pais por existirem e por serem como são.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Carta a um politico que o não soube ser

Sabes, tenho para mim que os políticos, em geral, não são hoje, mais desonestos do que o eram no passado. Nem os políticos, nem os cidadãos.
Parece-me até que há menos corrupção do que antes.
Acontece, que a população, duma maneira geral, está mais atenta, possui mais instrução e dispõe de mais e melhores meios ao seu alcance, para conseguir detectar com maiores facilidade e rapidez e tornar mais visível, a corrupção.
O que me parece que acontece actualmente, é que os políticos de hoje, são menos capazes, têm menos capacidade de liderança, são menos populares, têm menos qualidade política e não possuem nem brio nem carisma.
Atravessamos uma época em que todos nos sentimos vulneráveis, dado que nada é substancialmente forte e estável, nem os empregos, nem os amigos e vizinhos, nem o comércio, nem os governos, por vezes até, nem as famílias, não temos porto seguro, e tudo isto nos torna impreterivelmente fracos. Logo, quem tem de dirigir e quem ocupa cargos políticos que, só por si só, já são temporários, não pode de modo algum ser ou sentir-se forte e firme perante as adversidades e as tentações. Não hesita perante a hipótese de se corromper.
Com a tua actuação, criastes um problema ao teu executivo e ao secretariado e quase me apetece dizer que o criastes igualmente à democracia portuguesa.
O teu tempo deveria ter há muito acabado. Como não aconteceu, vives agora uns maus momentos na tua vida política e, arrastas o executivo e o secretariado na tua agonia.
Sabes, talvez existam pessoas que sonham com o tempo perfeito, em que todos os que ocupam lugares de destaque, em diversas áreas políticas, que foram eleitos em sufrágio universal, eleitos pelo povo que confiou neles e lhes deu a hipótese de governar o dinheiro dos seus impostos e, essas pessoas, sonham que esses eleitos, são e serão pessoas serias, idóneas, impolutas, não corruptas, puras e que defendem heroicamente toda a comunidade que servem ou deveriam servir. Mas isso, isso NÃO EXISTE, AINDA NÃO EXISTE…
Todos nós, os cidadãos em geral, temos uma quota culpa, pois criticamos mas não arregaçamos as mangas e tomamos os nossos destinos no pulso, não, não, estamos todos muito ocupados com o nosso próprio umbigo… criticamos, criticamos, mas, na hora H, deixamos que outros nos conduzam e governem e façam as nossas escolhas por nós. Depois? Bem, depois cá estaremos para criticar e atirar as pedras, tantas quanto as que forem necessárias.
Termino, lembrando que todos estamos mais pobres, mais indignados com a política, estamos economicamente mal, temos mau carácter e uma grande decadência de espírito, actual não é? Mas então, não aprendemos nada! Pois essas já eram queixas de Eça de Queirós nos idos anos de 1870 e tais, que ele publicava com o título AS FARPAS, livro que aconselho a ler, bem como toda a sua obra.
O tempo passa, os políticos e a politica mudam, as pessoas são outras, mas os vícios são os mesmos. Certo que todos temos direito a uma segunda hipótese, mas quantas já te foram dadas?
Lamento dizer, mas, concentras tudo aquilo que não gosto na política!

Que irritação!

O "Chico esperto" é uma figura que abunda por aí.
O "Chico esperto" acha-se muito esperto.
O "Chico esperto" é estúpido, mas acha-se muito inteligente.
O "Chico esperto" sobrevaloriza a sua esperteza e subestima a inteligência dos outros.
O "Chico esperto" tem perfeita noção da sua desonestidade mas desculpabiliza-se afirmando que “O Mundo é dos Espertos!”.
O "Chico esperto" tem sempre soluções de "faz de conta", para todos os problemas. Mas essas soluções, não passam de más soluções. Funcionando apenas para o imediato sem qualquer futuro.
Todos, já nos cruzamos com um ou outro "Chico esperto".
Quem não se deparou já, com condutores que ultrapassam a fila e se metem à frente dos que aguardam a sua vez? E no estacionamento?
O "Chico esperto" tornou-se tão vulgar que, perante tais situações, apenas encolhemos os ombros e, em tom de lamento afirmamos:
- Enfim, "Chico esperto"!..
Mas lá que irrita…IRRITA!

Uma bela homenagem ao filme "AMOR"

aqui me pronunciei sobre o filme francês "AMOR".
Mas, esta semana, li na revista do jornal Expresso, uma bela homenagem ao filme, escrita pelo psiquiatra José Gameiro, na rubrica de opinião "Há vida alem da crise".
Vou tentar transcrever um pouco para que fiquem a conhecer. 
Já não sei se  te conheci no primeiro ou no segundo dia de aulas, mas sei que foi num daqueles anfiteatros enormes, tipo arena romana, em que todos fugíamos dos lugares lá de baixo, perto do professor.
Sentaste-te ao meu lado, sem qualquer intenção, era o último lugar da fila ao pé da porta...
no fim pediste-me os apontamentos, fomos para a sala de alunos e falámos, falámos.
Éramos tão certinhos, não faltávamos as aulas...
... Descobrimos juntos a intimidade, aprendemos juntos que um abraço vale mais do que dezenas de conversas.
Não resistimos e juntamos os trapinhos antes de acabar o curso, aqui para nós que ninguém nos ouve, para podermos dormir juntos.
Sobrevivemos, como todos os casais, com ditos e não ditos... mas nunca perdemos a cumplicidade e a atracção que tanto nos uniu.
Ao fim de, talvez, trinta anos e dois filhos, naquela conversa no carro a caminho do Porto, lembras-te?, decidimos ficar juntos até ao fim.
Assustei-me, mas explicaste-me que o tempo passa a correr...
... Até que um dia, estavas muito bem disposta, rias-te com os netos, caíste para o chão e nunca mais me conheceste.
Foi um AVC...
... Passado pouco tempo não saías da cama.
Deixei de trabalhar, fiquei contigo, os filhos insistiam para arranjar alguém para tratar de nós, recusei. Enquanto eu pudesse, não ia permitir a entrada de estranhos na nossa intimidade.
Continuei a dormir contigo, a fazer-te festinhas, a conversar, a contar-te o que acontecia no mundo... 
... Passámos muitos serões a ouvir as nossas musicas...
... Continuei a tirar-te fotografias, estás uma velha bonita...
... É espantoso como falam do que não conhecem, como se alguém tivesse o direito de falar de nós, não percebem nada de nada...
Ontem acordei e não sabia onde estava, recuperei e decidi que íamos acabar como começamos, sozinhos...
... Agora decidi pelos dois, logo vou-te despir, vou-me embrulhar no teu corpo e vamos adormecer os dois. Não te preocupes com o frio, já isolei as janelas e as portas, nem o ar gélido da noite entra nem o gás sai.