E gostei!
Apenas e, após conversa com o actor no final da peça, concluo que a interpretei de maneira diferente dos outros. Para mim, trata-se de um acerto de contas com o passado, dizer a cada dos que nos magoaram ao longo da vida, como nos afectaram, como nos fizeram sofrer, como nos moldaram a vida com as escolhas antecipadas, como somos apenas o fruto do que nos rodeia!
Só depois podem partir em paz e deixar para trás o passado.
Podemos interpretar que todos estão mortos e só ele está vivo... mas para mim, estão todos mortos.
Só que, sem esta conversa, ninguém partia em paz!
Trata-se de António, um pastor analfabeto, como tantos outros. Analfabeto não significa ignorante!
Analfabeto, porque apenas não aprendeu a ler!
Tem a sua própria interpretação da vida e relata-a com o seu pouco vocabulário analfabeto, mas com uma grande e letrada visão social. Ele fala da cultura, a qual não teve acesso, dos laços afectivos familiares que não teve, das poucas alegrias que sentiu, do progresso que não sentiu, das mudanças sociais... culpas e por fim desculpas... Depois, enfim, depois todos podem seguir finalmente descansados e em Paz.
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