terça-feira, 26 de janeiro de 2021

"Um Milagre... da Vida" em plena Pandemia do Coronavírus (Covid-19)

Ontem, tomei conhecimento deste "Milagre" e fiquei curiosa, então resolvi fazer pesquisa na internet e não foi fácil, mas com persistência consegui.
Reporto-a aqui na esperança que todas as pessoas que têm duvidas em acreditar nesta Pandemia, possam alterar a opinião e, se mais pretenderem saber e ler e até mesmo ouvir os vídeos gravados, façam pesquisa e tomem conhecimento que a COVID-19 não é brincadeira, existe mesmo e é perigosa, já matou muitíssimas pessoas no Mundo.

Esta é a história real e incrível  de uma família da vida real!
Antes, devo lembrar o conceito de Covid-19, ECMO e Ventilador.

COVID-19 é o nome, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeção respiratória grave como a pneumonia. 

ECMO, Oxigenação por membrana extracorporal, é uma técnica de suporte de vida extracorporal em doentes com falência cardiovascular ou pulmonar.
ECMO usa uma bomba para fazer circular o sangue por um pulmão artificial fora do corpo, regressando depois à corrente sanguínea.
Entre as condições mais comuns que podem necessitar do ECMO estão casos de pneumonia gravedoenças cardíacas congénitaspressão arterial muito elevada nas artérias dos pulmões e durante o recobro de uma cirurgia cardíaca. O ECMO é uma técnica complexa, de alto risco e custo elevado.
ECMO  é um Pulmão artificial.

VENTILADOR em medicina,  é um aparelho médico que realiza ventilação mecânica em pacientes com dificuldades respiratórias graves.

Esta é a história, real e verdadeira, que no meio de tantas situações tristes, devido a Pandemia do COVID-19, teve um final difícil mas Feliz. 
A historia de um bebe que nasceu prematuro e em situação incrível, quando sua mãe estava em coma, portadora de COVID-19, a história do BEBÉ NEVES.
BEBÉ NEVES, assim chamado pelas enfermeiras, a pedido do pai, que quis esperar que a mãe acordasse do coma para decidir o nome do filho.
E de acordo com o titulo do livrinho que duas enfermeiras fizeram sobre o BEBÉ NEVES, esta história dramática mas com um final Feliz, começa assim:
 
Era uma vez...

Um homem, chamado Adalberto Neves, de 33 anos, Engenheiro Eletrotécnico de Telecomunicações, e a sua mulher, Elisângela, de 31 anos, Contabilista.
Ambos nasceram em São Tomé e Príncipe, de onde saíram para Portugal em 2008. Tiveram o primeiro filho em 2015 e decidiram esperar cinco anos até avançarem para o segundo, para o mais velho ter tempo de ganhar autonomia.
Com grande alegria Elisângela soube que estava grávida, no fim de Abril de 2020, pouco depois do início da Pandemia do COVID-19
Em Outubro, na sequência de um gesto de altruísmo mas também de imprudência, o COVID-19 atingiu a família. 
Adalberto tinha recebido um telefonema de um amigo que se encontrava doente, solicitando-lhe a compra de medicamentos. Comprou e entrou em casa do amigo sem pôr a máscara. 
Elisângela pressentiu logo que tinha sido um erro. 
Três dias depois, Adalberto começou a ter febre e contactou com o amigo doente a pedir-lhe para ir fazer um teste, deu positivo, e assim que receberam a notícia também ele e Elisângela se submeteram aos testes que confirmaram que estavam infetados, tal como a mãe de Elisângela, que vive com o casal.
Elisângela deixou de ir trabalhar para ficar em isolamento e também começou a sentir febre e dores no corpo. 
Uns dias depois, uma tosse persistente e dores no peito, juntaram-se aos sintomas.
Adalberto decidiu ir com a mulher ao Hospital Beatriz Ângelo, em Loures. 
A mãe de Elisângela necessitou igualmente de assistência clínica, pelo que chegaram a ficar ao lado uma da outra naquela unidade hospitalar. 
Apesar de ser uma mulher jovem e saudável sem fatores de risco, a situação de Elisângela agravou-se rapidamente, com o nível de oxigénio no sangue a baixar para valores que obrigaram os médicos a entubá-la e a ligá-la a um ventilador, ou seja, teve de ser transferida para a Unidade de Cuidados Intensivos.
Elisângela não se lembra, mas antes desse momento, fez uma chamada a Adalberto, impedido de entrar no hospital, onde proíbem o acesso a acompanhantes, dizendo que a iam mudar para os Cuidados Intensivos, porque estava com muita falta de Oxigénio. 
Adalberto ligou e soube que a mulher já não estava ali, tinha sido transferida para o Hospital de Santa Maria, por falta de vagas nos Cuidados Intensivos do hospital de Loures.

Elisângela foi admitida às 03H23 da madrugada de Sábado, 7 de Novembro de 2020, grávida de 27 semanas, infetada com Covid-19, ligada a um ventilador. 
O médico intensivista Gustavo Jesus estava de serviço, na urgência do Hospital de Santa Maria, quando recebeu o telefonema a pedir uma vaga e percebeu logo que viria a caminho uma doente cujo tratamento se poderia tornar muito complicado. 
Telefonou à Obstetra Luísa Pinto, de turno na Urgência, para o ajudar a avaliar se haveria indicação para interromper a gravidez, mas naquele momento ainda não havia.
Gustavo Jesus passou a acompanhar o caso em permanência com outros dois médicos da Unidade de Cuidados Intensivos, João Trindade Nave e Pedro Gaspar da Costa.
Logo no dia seguinte os médicos concluíram que o ventilador não era suficiente e decidiram ligá-la a outra máquina, um aparelho de ECMO.
Esse aparelho faz circular quatro a seis litros de sangue por minuto fora do corpo, para ser oxigenado, substituindo assim a tarefa dos pulmões danificados e prolongando a vida da doente. 
Antes de submeterem Elisângela a esta intervenção, os médicos ligaram a Adalberto, informando-o de que era um processo muito difícil e que Elisângela estava entre a vida e a morte, mas Adalberto manteve sempre a fé em Deus. 
Adalberto é Evangelista.
Muita fé teve Adalberto na mulher, nos médicos e em Deus, sempre a rezar com os pastores e os irmãos do seu círculo de oração na Igreja Evangélica
Na maioria das vezes, durante o coma, apenas lhe diziam que estava "estável", o que o deixava inquieto. 
Mas um dia, um médico respondeu-lhe que a mulher estava "entre a vida e a morte" e foi ainda pior. 
Mesmo assim, acreditou sempre que ela ia sobreviver.
O objetivo inicial da equipa médica que submeteu Elisângela à ECMO, era prolongar-lhe a vida e a do seu bebé, o tempo suficiente para tratar a pneumonia e poder eventualmente aguentar e recuperar até ao momento do parto. Mas tiveram de manter sempre em cima da mesa outros dois cenários: uma cesariana programada, ou uma cesariana de emergência em caso de agravamento súbito do estado da mãe ou do feto.
Quase todas as manhãs, os três intensivistas recebiam colegas de Obstetrícia, de Neonatologia e de Anestesiologia, para analisarem os vários parâmetros de evolução da doente e do bebé que tinha na barriga. 
... "Não foi fácil. Dentro da equipa, uns achavam que devíamos fazer a cesariana, outros que devíamos tentar manter mais tempo o bebé na barriga da mãe... Tínhamos de balançar o risco entre trazer um bebé muito prematuro ao Mundo e poder causar uma hemorragia muito grande à grávida... por outro lado, em ECMO há probabilidade de o desfecho ser negativo e perdermos a mãe e o bebé...", recorda a anestesiologista Filipa Lança.
Quanto mais tempo o bebé aguentasse, mais hipóteses tinha de nascer sem sequelas de prematuro. 
... "Com 28 semanas de gravidez, por cada dia que ganhamos dentro da barriga da mãe, reduz-se em 3% o risco de mortalidade do bebé ou de sequelas auditivas e visuais...", explica o Diretor de Obstetrícia, do Hospital de Santa Maria, Dr. Diogo Ayres de Campos.
Eram realizadas ecografias praticamente diárias. 
Duas vezes por dia fazia-se um CTG - um cardiotocografia, que monitoriza o bem estar fetal e da mãe. 
As análises à grávida revelaram várias alterações preocupantes, sépsis, dificuldade na coagulação do sangue e um diagnóstico de pré-eclâmpsia, uma doença da placenta, que só pode ser tratada pondo fim à gravidez, recorda a obstetra Mónica Centeno.
Urgia tomar uma decisão.
Apesar de estar ligada a um ECMO, o cenário piorava todos os dias, e foi então que os médicos avançaram com uma cesariana muito arriscada. 
Foi uma luta difícil de muitos médicos e enfermeiros vestidos de astronautas.
O Diretor de Obstetrícia, do Hospital de Santa Maria, Dr. Diogo Ayres de Campos, estava reunido no seu gabinete com as duas obstetras experientes que escolheu para fazerem a cesariana, Luísa Pinto e Mónica Centeno.
Foi uma decisão difícil. As consequências poderiam ser graves. Uma hemorragia não estancável podia ser fatal para a mãe. O bebe não estava a ter o desenvolvimento normal...
Diogo Ayres de Campos  tomou a decisão final sobre o momento em que se iria fazer a cesariana. 
E juntamente com 12 outros profissionais, acompanharam o nascimento do bebe, esperar mais tempo poderia ser um risco fatal para mãe e filho. 
A Obstetra Mónica Centeno ligou ao pai do bebé a dizer que iam avançar com a cesariana. Adalberto estava a levar o filho mais velho à escola quando atendeu e ouviu a médica dizer-lhe que a esposa tinha pré-eclampsia, a pressão arterial estava a aumentar e isso podia causar problemas à mãe e ao bebé se não tirassem a criança.
E a 18 de Novembro de 2020, nasce o bebé Neves, com um estado de saúde perfeitamente saudável. 
Muito sofreu Adalberto, neste mês e meio em que teve a mulher internada e em coma, com o bebé na barriga ou depois numa incubadora longe da mãe...
... "O nosso bebé é muito importante, mas a minha preocupação era mais a minha esposa, é a minha companheira de guerra, estivemos sempre os dois juntos nas nossas batalhas, nas nossas dificuldades..."
Muito telefonou Adalberto para o hospital, a perguntar como estava o bebé, mas sobretudo como estava a mulher...
... "É aborrecido para eles, mas eu pedia sempre desculpa, não podendo visitar, sem poder fazer nada, a única coisa que podia fazer era ligar para eles..."
Tranquilizaram-no e disseram-lhe que podia ligar sempre que quisesse...
Elisângela lutava contra a vida quando deu à luz o seu bebé.
Com a Elisângela ainda em coma, o bebé Neves ficou na incubadora ao cuidado de duas enfermeiras, que enviam fotografias e mensagens, em nome do bebé, ao pai Adalberto.
O pai não podia visitar nem a mãe nem o filho e, à distância, ia recebendo fotografias e imagens enviados do hospital, pelo pessoal médico.
As duas enfermeiras foram incansáveis, tudo fizeram para ajudar mãe e filho.
Gravaram o som do bebe a chorar e puseram-no a cabeceira da mãe para a ajudar a despertar do coma, bem como as fotografias que iam tirando ao bebe.

Sabendo que a mãe continuava em coma, as enfermeiras da Neonatologia criaram um diário onde anotaram os momentos mais importantes da vida do bebé. Nas primeiras páginas colocaram o desenho do pé, a primeira fotografia, a hora e dia do nascimento (13h33 de 18 de novembro) e o peso (1.044 gramas).

Mais duas páginas do diário, com imagens da incubadora onde o bebé passou os primeiros dias de vida, descrita como "a minha primeira casinha transparente". O diário foi oferecido à mãe assim que teve alta do hospital.

Até que o milagre aconteceu, 12 dias depois do nascimento, Elisângela acordou do coma e finalmente conheceu o seu filho por videochamada. 
Foi um momento muito emocionante para todos!

As enfermeiras Nádia Santos e Diana Eustáquio perceberam logo que o parto de uma mãe em coma ligada ao ventilador e ao ECMO podia ser um momento histórico. 
Fizeram esta selfie à porta do bloco operatório, enquanto esperavam para prestar os primeiros cuidados ao bebé. 
À direita, Elisângela segura pela primeira vez o seu bebé ao colo, 22 dias depois do parto.

Adalberto segura o bebé ao colo, sob o olhar de Elisângela, horas antes de o recém-nascido também ter alta do Santa Maria, na sexta-feira, 8 de janeiro.

Esta foi uma história com um final Feliz mas que ainda não terminou.
Elisângela depois do coma, teve de reaprender tudo, inclusive a segurar a sua cabeça, dado perder-se massa muscular quando se está muito tempo deitado e em coma. 
A fisioterapia é muito importante. 
Quanto as doenças, sequelas provocadas pelo COVID-19... O tempo ditará...

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