quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pedro Silva Pereira

Há alguns dias atrás, o vice-presidente da bancada social-democrata, Adão Silva, acusou o socialista, Pedro Silva Pereira, antigo ministro da Presidência do anterior Governo PS, de José Sócrates, de fazer um discurso "encomendado de Paris", numa referência ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, originando uma reacção violenta e generalizada da bancada do PS, que clamavam "vergonha" e pediam "respeito" ao parlamentar do PSD.
Após a forte reacção sonora do PS, Adão Silva incentivou Pedro Silva Pereira a explicar a sua "intervenção especulativa" e questionou os socialistas sobre: "quando é que fazem o 'mia culpa' por terem atirado Portugal para uma intervenção externa”, recebendo aplausos da sua bancada.

Na resposta, Pedro Silva Pereira rejeitou qualquer "especulação" e disse querer "falar de factos": "… lamento desiludi-lo mas não lhe responderei no mesmo tom, aprendi a prezar os meus adversários políticos e tenho presentes os valores de educação que os meus pais me ensinaram". 
Depois, o antigo governante socialista lembrou a situação da Europa, que "enfrenta uma crise séria no financiamento das suas economias e está às mãos da especulação financeira" e que após o eclodir da crise "mais de 11 países mudaram os seus governos. Se insiste no entendimento de que tudo isto que se passa no mundo e  na Europa é culpa do anterior Governo do PS, então senhor deputado não posso  fazer nada por si", declarou Pedro Silva Pereira, recebendo fortes aplausos da bancada socialista.

Neste contexto, assinalou que "a Espanha pediu hoje ajuda externa, após anos de 'superavit' orçamental (receita positiva)", e que "antes da Espanha foi  Portugal, antes de Portugal foi a Irlanda e antes da Irlanda foi a Grécia. A seguir irá Chipre e, a Itália, já não se sente nada bem", acrescentou, acusando a Europa de ter estado sempre "fora do momento quando se trata de responder à crise” e afirmando que “tudo indica que a agenda da próxima cimeira vai ficar aquém do necessário".

Sobre o primeiro ano de mandato do Governo, Pedro Silva Pereira disse que o país vive uma recessão e um nível de desemprego que "nunca se viu" em Portugal e que "... não é apenas fruto das medidas do memorando. O Governo escolheu tomar por sua livre e espontânea vontade um conjunto de medidas que não estavam previstas, nem o IVA da energia, nem na restauração, nem eliminar os subsídios", salientou. 
O deputado do PS recomendou depois a Adão Silva que "entretenha-se um pouco mais a ler o quadro da página 22 do relatório do Orçamento para este ano, que compara as medidas do Governo com as medidas da 'troika', o que lá está escrito é que na 'troika' eram seis mil milhões de euros e o que o seu Governo decidiu adoptar foram 10 mil milhões", afirmou.  

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